A ribeira da Arcês localiza-se a norte do rio Tejo entre vertentes rochosas relativamente escarpadas. É um espaço importante para a fauna uma vez que disponibiliza zonas de alimentação, de abrigo e de reprodução para uma diversidade de espécies, auxiliando simultaneamente na regulação do clima local, no ciclo hidrológico e no combate à erosão.
Situada sobre afloramentos de materiais antigos do proterozóico superior, a zona envolvente da ribeira é constituída por xistos negros e metagrauvaauqes com intercalações de metavulcanitos ácidos da série Negra, onde se instala a galeria ripícola enriquecida pela presença de amieiro e de lódão-bastardo.
Para os mais entendidos nestes assuntos destaque-se a presença de macerovia, de Haliminium verticillatum, do feto real e do tomilho bela luz, enquanto espécies florísticas importantes para a conservação da natureza.
No que toca ao património cultural, a ribeira da Arcês apresenta um importante valor histórico que se materializa na presença de ruínas de azenhas ao longo da ribeira dando corpo a um espólio impar na produção e transformação dos cereais.
Do ponto de vista conservacionista podemos enumerar uma diversidade de espécies florísticas importantes para a biodiversidade, nomeadamente a macerovia - Anarrhinum bellidifolium (espécie endémica da Europa), o lódão-bastardo - Celtis australis, o feto-real - Osmunda regalis, o Haiminium verticillatum, o salgueiro-branco (Salix alba subsp. alba), a Salvia bastarda (Teucrium scorodonia), o tomilho bela luz (Thymus mastichina), o tojo (Ulex airensis) e a videira selvagem.
Em simultâneo, destaque para a grande variedade de passeriformes que se encontram na cortina arbórea que acompanha a ribeira, nomeadamente o chapim-de-poupa, o chapim-azul (Parus caeruleus), a toutinegra-de-barretepreto (Sylvia atricapilla) ou o tentilhão (Fringilla coelebs).
Sigam sempre as placas brancas de metal com letras verdes e vermelhas relativas aos trilhos da ribeira.