Rochas sedimentares
Rochas sedimentares são todas aquelas que se formam a partir de mudanças que ocorrem noutras rochas. Chuva, vento, água dos rios, ondas do mar: todos estes elementos vão, aos poucos, fragmentando as rochas em grãos de minerais. Pouco a pouco, em processos que decorrem ao longo de milhares de anos, até o granito mais sólido se transforma em pequenos fragmentos. Esse processo é chamado de intemperismo.
Os fragmentos das rochas são transportados pelo vento ou pela água da chuva até aos rios, que, por sua vez, os levam para o fundo de um lago ou oceano. Aqui os fragmentos vão-se depositando em camadas. Os fragmentos, também chamados de sedimentos, vão-se acumulando ao longo do tempo e as camadas de cima exercem pressão sobre as camadas de baixo, compactando-as. Essa pressão acaba por agrupar e cimentar os fragmentos e endurece a massa formada. Assim surgem as rochas sedimentares, num processo que leva milhares de anos.
As camadas de sedimentos vão cobrindo também restos de plantas e animais, que acabam por ser compactados entre as mesmas, o que leva a que seja bastante comum encontrar restos ou marcas de animais e/ou plantas em rochas sedimentares. É a estas marcas que se dá o nome de fósseis.
Uma das mais comuns ocorrências de rochas sedimentares em Portugal é o calcário, cuja formação está relacionada com processos de precipitação química e/ou bioquímica em meio aquático e sob condições de pressão e temperatura idênticas, ou pouco diferentes, das que atualmente ocorrem em alguns pontos da superfície da Terra. Neles é comum a ocorrência de fósseis e de estruturas sedimentares diversas, refletindo as condições ambientais que presidiram à sua formação e que podem constituir atributos estéticos importantes.
Os calcários são rochas formadas a partir do mineral calcite, cuja composição química é o carbonato de cálcio, incluindo, por vezes, também carbonato de magnésio.
Das diversas formas de calcários existentes as mais importantes são: os calcários comuns, os calcários recifais, os calcários oolíticos, a cré, os travertinos, os calcários lumachélicos e as estalactites, estalagmites e colunas.
A coloração do calcário vai de branco a preto, podendo ser cinzento claro ou cinzento-escuro. Muitos calcários apresentam cores avermelhadas, amareladas, azuis ou ainda verdes dependendo do tipo e quantidade de impurezas que apresentam.
O calcário tem uma grande diversidade de aplicações, limitadas pelas próprias características da pedra, que passam pela produção de cal e de cimento usado na construção, utilização na indústria metalúrgica e na produção de vidro, na correção do pH de solos agrícolas e ainda como pedra ornamental.
Uma das aplicações mais conhecidas do calcário em Portugal é a Calçada Portuguesa, que pode ser definida como 'um pavimento empedrado, cujos componentes são de pedra natural, com base em calcários, assentes e dispostos no solo de forma mais ou menos homogénea'. Este tipo de pavimento alia as características de durabilidade e de grande beleza estética às da vantagem económica.
Considerada uma arte, a Calçada Portuguesa é uma expressão cultural que é reconhecida e apreciada internacionalmente, e utiliza essencialmente calcário de cor branca e preta para o desenho de diversos motivos (tanto geométricos como figurativos ou alusivos a atividades ou especificidades regionais ou locais). FONTE e FONTE
A calçada Portuguesa
A calçada portuguesa ou mosaico português (ou ainda pedra portuguesa no Brasil) é o nome consagrado de um determinado tipo de revestimento de piso utilizado especialmente na pavimentação de passeios, de espaços públicos, e espaços privados, de uma forma geral. Este tipo de passeio é muito utilizado em países lusófonos.
A calçada portuguesa resulta do calcetamento com pedras de formato irregular, geralmente em calcário branco e negro, que podem ser usadas para formar padrões decorativos ou mosaicos pelo contraste entre as pedras de distintas cores. As cores mais tradicionais são o preto e o branco, embora sejam populares também o castanho e o vermelho, azul cinza e amarelo. Em certas regiões brasileiras, porém, é possível encontrar pedras em azul e verde. Em Portugal, os trabalhadores especializados na colocação deste tipo de calçada são denominados mestres calceteiros.
O facto de a rocha mais comum para estabelecer o contraste seja de cor negra, faz com que se confunda a rocha mais utilizada, o calcário negro, com basalto. De facto, existe calcário de várias cores. O basalto apenas é utilizado nas ilhas, onde é abundante, sendo aí os desenhos executados em calcário branco. Quando é basalto, distingue-se pelo maior mate e pela sua maior irregularidade no corte, pois este é muito mais rijo. Simplesmente não é possível executar com o martelo, os detalhes técnicos dos motivos elaborados presentes na calçada lisboeta.
A calçada à portuguesa, tal como o nome indica, é originária de Portugal, tendo surgido tal como a conhecemos em meados do século XIX. Esta é amplamente utilizada no calcetamento das áreas pedonais, em parques, praças, pátios, etc. No Brasil, este foi um dos mais populares materiais utilizados pelo paisagismo do século XIX, devido à sua flexibilidade de montagem e de composição plástica. A sua aplicação pode ser apreciada em projetos como o do Largo de São Sebastião, construído em Manaus no ano de 1901 e que inspirou o famoso calçadão da Praia de Copacabana (uma obra de Roberto Burle Marx) ou nos espaços da antiga Avenida Central, ambos no Rio de Janeiro[
|