O passeio (de cerca de 1km, 10-15min) que vos leva até à cache é particularmente agradável se for feito em família, a pé ou de bicicleta. Não é possível chegar até à cache de carro. Assim, sugiro que deixem o carro no estacionamento indicado (ver coordenadas) e desçam a pé pela estrada principal da Lameira até ao cruzamento onde tem início este troço da ciclovia (ver coordenadas). Depois, sigam pela ciclovia (à direita) que vos vai levar até à ponte do Pego.
A parte recentemente reabilitada desta ciclovia, que outrora foi o canal ferroviário do Vale do Vouga, liga o cruzamento da Lameira (nas proximidades das termas) a Negrelos, passando pela cidade S. Pedro do Sul, e possui uma extensão de cerca de 2,5km. Depois de fazerem a cache podem atravessar a ponte e continuar pela ciclovia até à cidade de S. Pedro do Sul.
Está prevista ainda a continuação das obras de reabilitação que permitirão chegar até Vouzela. No futuro, poderemos vir a usufruir de uma pista ciclável que ligará Sernada do Vouga a Viseu, onde outrora existia a linha férrea...!
A ponte do Pego:
Lançada para unir as margens do rio Vouga, esta admirável ponte, por ter sido erigida sobre um pego do rio, tomou o nome do lugar e passou a designar-se Ponte do Pego, constituindo hoje um símbolo arquitetónico e patrimonial do concelho de S. Pedro do Sul.
Trata-se de uma obra concebida por engenheiros franceses da Compagnie Française pour la Construction et Exploitation des Chemins de Fer à l’Étranger, cujos trabalhos de construção principiaram em meados de 1913 e que, ao longo de quase 80 anos, serviu de passagem para os comboios que circularam no canal ferroviário do Vale do Vouga.
Temos notícia de que, durante o período de construção, uma pequena, embora inesperada, cheia do Vouga arrastou por água abaixo os cimbres (estrutura temporária em madeira e com forma de leque que suporta ao assentamento das pedras dos arcos) da Ponte de Pego, o que causou avultados prejuízos e veio retardar em mês e meio a abertura geral da exploração ferroviária do Vale do Vouga, com os periódicos locais a explicarem assim o sucedido: “O cimbre estava acente sobre um bloco no meio do rio, bloco que se formava na areia. Isto de alicerces na areia, tanto em Portugal como em França, são falsos, n’est ce pas messieurs les engenieurs?”.
Todavia, pese embora a contrariedade, as obras continuaram a todo o vapor pelos meses seguintes: no dia 20 de novembro de 1913 principiaram por construir o azimbre do arco grande, ficando pronto no dia 2 de dezembro; no dia 30 de novembro começaram os trabalhos de pedreiro, que duraram até ao dia 24 do mês seguinte; no dia 29 de dezembro iniciaram a remoção do mesmo azimbre, serviço terminado no dia 6 de janeiro de 1914; no dia 25 de dezembro começaram as obras para construção das guardas da ponte, completando-se no dia 8 de janeiro de 1914.
E a ponte estava pronta para sobre ela atravessar o Vouguinha: apresentava 87,7 metros de comprimento por 23 metros de altura; os arcos em número de 10, com o principal a perfazer 46 metros de vão por 23 metros de altura e os restantes 5 metros de vão por 7 metros de alto.
Concluída em janeiro de 1914 e inaugurada no dia 5 de fevereiro do mesmo ano, a Ponte do Pego, feita de pedra, cimento e ferro, ficou uma das mais garbosas e elegantes construções da linha ferroviária do Vale do Vouga, inserida num enquadramento paisagístico de verde, água e céu.
C.M. de S. Pedro do Sul
A cache:
A cache está colocada num trilho junto à entrada da ponte, fora da ciclovia. O caminho é largo e seguro, contudo tomem cuidado se levarem crianças devido à proximidade da ribanceira. Pela mesma razão, não recomendo que a façam à noite.
A partir do local onde a cache está colocada podem observar a ponte do Pego em todo o seu esplendor, com os seus arcos que passam despercebidos a quem simplesmente percorre a ciclovia sem sair para este pequeno trilho.
A cache é um container pequeno, com logbook, stashnote, lápis e item para troca.
Deixem tudo como encontraram e tomem especial cuidado com os muggles, porque a zona é muito exposta e frequentada.