Bornhardt
Bornhardt é um afloramento rochoso, em forma de cúpula, íngreme, calvo, com pelo menos 30 metros de altura e várias centenas de metros de largura. Dependendo da sua forma, são conhecidos geralmente por: pão de açúcar, costas de baleia, tartarugas ou simplesmente cúpulas.
A denominação de bornhardt foi feita pelo geólogo alemão, Wilhelm Borhardt (1864-1946), sendo o primeiro a descrever tal facto natural. Wilhelm Borhardt, inicialmente usou o termo para denotar um tipo de inselberg, nos dias de hoje é referente a colinas e montanhas apinhadas, independentemente do isolamento na paisagem.
Os bornhardt são mais facilmente identificáveis em regiões áridas ou semi-áridas, mas ocorrem numa basta área de climas. Encontrando-se em diversas configurações topográficas, aparecendo em paisagens “multicílicas”. Durante o período geológico de um bronhardt, este pode degradar-se para outras formas de relevo geológico, tais como os nubbiens e os castle koppies. Os bornhardt foram previamente associados a formas de relevo característico de paisagens tropicais, mas demonstraram estar relacionados com a litologia e a estrutura da rocha, mais do que com o clima.
Os bornhardt na maioria das vezes feitos de granito ou outro tipo de rochas duras, podendo em alguns casos ser formados por calcário ou arenito, ou uma mistura de rocha dura e macia. Quando estes existem em climas tropicais, poderá existir vegetação na superfície.
Teoria da Origem
Wilhelm Borhardt colocou a possibilidade de que os bornhadt fossem literalmente montanhas insulares e que teriam sido moldadas por ondas, mas rapidamente abandonou essa ideia, pois não havia evidência que processos marinhos sozinhos fossem capazes de produzir formas arredondadas; existindo bornhardt bem conhecidos, em locais que nunca foram banhados pelo mar, tal como os bornhardt de climas frios, a ocorrência de bornhart em ambientes costeiros é fortuita e não evidente.
Considerou-se que determinadas cúpulas graníticas, por serem rochas monumentais, teriam origem glaciar, acontece que não havia evidência de glaciação nessa região. Os glaciares não produzem formas arredondadas, apenas atuam como “buldózeres”, tal como as ondas quebram a costa, e são capazes de remover rególitos, onde expõem as formas das camadas rochosas pré-existentes. Os glaciares apenas revelam e modificam ligeiramente as massas rochosas arredondadas, cobertas pelas camadas rogolíticas.
Os inselberg e do tipo bornhartd foram considerados como formas típicas do deserto, pois estão bem evidentes em terrenos áridos. A capacidade erosiva foi considerada, através do jateamento de vento e areia, no entanto a maior parte das formas erosivas arredondadas são devidas a água corrente, tanto nas planícies do deserto ou como em locais residuais influenciados pela corrente do rio, no passado ou presente.
A transição abrupta da colina para a planície é uma das características mais distintas das paisagens desérticas. O ângulo de sopé, como é conhecido, está relacionado com as intempéries de humidade, na maior parte dos casos explorando a estrutura, mas basicamente concentra-se na zona do sopé da escarpa. Este é um mecanismo básico que impulsiona no recuo da escarpa. O granito seco permanece fresco e estável, já o granito em contacto com a humidade com o passar do tempo fica apodrecido. Assim numa paisagem dissecada, o granito exposto na parte alta da escarpa é seco e estável, actuando como uma camada de rocha de protecção, em contraste com o exposto abaixo que é meteorizado ou erodido. Primeiramente com um aumento da inclinação da escarpa, criando debilidades e por consequência colapso dos elementos mais elevados do declive, por segundo, a “manutenção” da escarpa de inclinação e morfologia constantes durante o desgaste progressivo da escarpa. O mecanismo de retiro de escarpa, foi assim usado para a explicação de aparecimento de bornhardt (Figuras do livro)
-
Tectónia e estrutura: falha e litologia
O granito forma plutões de rocha ígnea a vários quilómetros abaixo da superfície, o magma arrefece lentamente e formando cristais. O granito está sob uma elevada pressão, sendo elevado até à superfície durante o processo de formação de uma montanha. Durante este processo, a rocha sobrejacente é erodida à medida que o granito é elevado, a pressão sobre o granito vai reduzindo, este expande, criando fracturas ou camadas paralelas à superfície. O granito corrói em camadas concêntricas (tal como cascas de cebola) formando massas arredondadas, denominadas como cúpulas de esfoliação.
Basicamente, existe quatro argumentos principais para a formação de bornhardt, que envolve falhas, controlo litológico, cruzamento por dobra e contrastes na densidade de fractura. Alguns investigadores interpretam os bornhardt como monólitos de resistência ou de dureza, pois a sua forma estrutural deve-se à exploração das fraquezas da crosta por agentes externos.
-
Resistência diferencial à superfície e o conceito de duas fases
Esta teoria combina os aspectos estruturais com factores ambientais ubíquos, nomeadamente o desgaste diferencial e erosão de compartimentos da densidade de fractura na superfície rasa. As primeiras variações na densidade de fractura podem ser atribuídas corte recorrente e propagação da fractura, resultando em massas comprimidas e resistentes, envolvidas por rochas fracturadas.
Muitos rochedos são formados pelo conceito de duas fases ou pelo conceito de origem. A formação de rochedos resulta da fractura das subcamadas, convertendo blocos cúbicos ou quadrangulares em corestones arredondados. O material de desgaste é então “evacuado” deixando os corestones expostos como rochedos. Os corestones são in situ e não transportados por rios ou glaciares. É uma pequena forma de mostrar os corestones como mini bornhardts e interpretar a formação deste como um conceito de duas fases; embora os bornhardt perecem diferir dos corestones, mas mantendo as mesmas “raízes”.
Uma superfície de granito e gneiss sujeita a um prolongado desgaste num nível básico, seria decomposta em profundidades desiguais, devido à composição e textura das várias rochas. Quando da ocorrência de elevação e de erosão, o desgaste da crosta, sendo esta removida, dando origem a uma superfície irregular, onde as rochas mais resistentes se projectariam. As rochas que oferecem maior resistência ao desgaste químico sob a superfície, após a exposição, assumiriam a configuração da superfície, proporcionando menor influência para os agentes erosivos.