Estratigrafia (do latim stratum e do grego graphia).
A estratigrafia é a ciência do ramo da geologia que estuda e descreve os estratos.
Classicamente define-se como a descrição de todos os corpos rochosos que formam a crosta terrestre e estabelece relações entre a sua distribuição no espaço com a sua sucessão no tempo para interpretar a sua história geológica.
A estratigrafia não está relacionada apenas com a posição ou sucessão original das camadas rochosas, assim como não se limita às relações de idade das mesmas. Esta ciência trata também das relações de forma, arranjo interno, distribuição geográfica, composição litológica, conteúdo fossilífero, propriedades geoquímicas e geofísicas, entre outras características e propriedades das camadas de rochas, e ainda com a sua interpretação genética, ambiental e a sua história geológica.
O objectivo fundamental da estratigrafia é através da observação das unidades litológicas e das suas propriedades chegar ao seu modo de origem estabelecendo a sua evolução temporal e espacial. Fundamentalmente a estratigrafia estuda as relações no espaço e no tempo dos conjuntos líticos e dos acontecimentos neles registados, de modo a chegar à reconstituição da história na Terra.
Ao falarmos em estratigrafia devemos ter sempre presente a definição de estrato, assim, define-se como estrato ou camada os conjuntos diferenciados de corpos líticos com características que os distinguem de outros que os precedem ou sucedem.
Fig. 1 - Sequência de estratos
A separação de camadas vizinhas pode ser feita por planos bem marcados ou mudanças graduais de qualquer uma das suas propriedades. As camadas podem ter espessuras variáveis, desde estratos inferiores a um centímetro até camadas com vários metros de espessura.
Não ocorrendo falhas ou dobras na rocha, a camada mais antiga é a camada mais abaixo, sendo que a mais recente se encontra mais acima. Assim introduzimos um dos seis princípios fundamentais da estratigrafia, o princípio da sobreposição de estratos – Em condições normais, toda a camada sobreposta a outra é mais moderna que ela, este axioma recorre a critérios de polaridade como marcas de raízes, icnofósseis, granotriagem, figuras sedimentares, analise microtectónica, entre outras.
Fig.2 - Principio da sobreposição de estratos
A estratigrafia recorre ainda ao princípio do uniformitarismo ou actualismo geológico – “o presente é a chave do passado”, ou seja, os fenómenos geológicos que existem actualmente podem explicar o que aconteceu no passado.
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