Velho do Restelo é um personagem introduzido por Luís de Camões no canto IV da sua obra Os Lusíadas. O Velho do Restelo é variamente interpretado como símbolo dos pessimistas, dos que não acreditavam no sucesso da epopeia dos Descobrimentos Portugueses, e surge na largada da primeira expedição à Índia com avisos sobre a odisseia que estaria prestes a acontecer: No episódio, narra-se a partida de Vasco da Gama aos mares (a saída do porto, ainda em Portugal). Um ancião (o Velho do Restelo) põe-se então a acoimar as viagens e os ocupantes das naus, sob o argumento de que os temerários navegadores, movidos pela cobiça de fama, glória e riquezas, procuravam desastre para si mesmos e para o povo português.
Não se sabe ao certo qual o grau de assentimento de Camões à apóstrofe do Velho, havendo certa contradição entre, duma parte, a escrita de uma epopeia de grandes dimensões sobre as navegações, na qual se patenteia claro entusiasmo pelo empreendimento marítimo e, doutra parte, o discurso em questão, bem como alguns outros passos do poema, em que transpiram pessimismo e receio.
in Wikipedia