Glauco era um mero mortal, praticante e dependente da pesca. Um dia, retirou a sua rede de volta para terra, viu que havia pego uma enorme quantidade de peixes e de várias espécies! Dia de sorte. Seguiu o ritual, como de costume, levando a rede da praia até folhagens verdes, despejando os peixes ali mesmo.
Este mágico lugar onde Glauco repousou era a menor ilhota no meio de duas pontes e banhada pelo rio, um lugar inabitado, solitário, nunca usado ou visitado por qualquer outra pessoa, senão o pescador.
Tudo parecia tranquilo, até aos peixes – até então mortos – começarem a mexer as suas barbatanas. Como se estivessem na água, eles começaram a reviver e a se debaterem bastante até chegar à borda. Assim, saltaram e escaparam de volta para a sua casa.
Glauco, por sua vez, observou a cena, num misto de “chocado e maravilhado” e indagou-se sobre a causa de tal fenômeno: seria intervenção de algum deus? Uma erva diferente com poder especial naquele local? Atiçado pela curiosidade, resolveu testar. Pegou umas poucas folhas e provou.
O néctar das folhas, no entanto, ao atingir sua língua causou-lhe um efeito inesperado. O pescador viu-se agitado e com um ímpeto incontrolável em água, assim lançou-se com tudo na correnteza, despedindo-se da terra.
Foi toda uma metamorfose: ao despertar, Glauco havia mudado em fisionomia e alma, tornando-se um belo deus.
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