Mas o fruto dos frutos, o único que ao mesmo tempo
alimenta e simboliza, cai de umas árvores altas, imensas,
centenárias, que, puras como vestais, parecem encarnar a
virgindade da própria paisagem.
Só em Novembro as agita uma inquietação funda,
dolorosa, que as faz lançar ao chão lágrimas que são os
ouriços. Abrindo-as, essas lágrimas eriçadas de espinhos
deixam ver numa camada fofa a maravilha singular de que
falo, tão desafectada que até no próprio nome é doce e
modesta – a castanha.
Assada, no S. Martinho, serve de lastro à prova do vinho
novo. Cozida, no Janeiro glacial, aquece as mãos e a boca
dos pobres e ricos. Crua, engorda os porcos, com a vossa
licença...".
Miguel Torga - "Reino Maravilhoso"
Localizado a escassas centenas de metros da EN221, que
liga as cidades da Guarda e de Pinhel, na freguesia de
Pêra do Moço, o castanheiro gigante de Guilhafonso é uma
árvore monumental e que merece sem dúvida uma visita.
Pensa-se que a árvore terá entre 400 a 500 anos de idade
sendo muito fácil encontrar na net a informação de que
se trata do maior castanheiro da Europa, tendo sido
classificado como sendo de interesse público em 1971.
https://correiodaguarda.blogs.sapo.pt/102738.html
|