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Pinóquio Mystery Cache

Hidden : 1/1/2020
Difficulty:
4.5 out of 5
Terrain:
2 out of 5

Size: Size:   micro (micro)

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Geocache Description:


 
A mentira tem perna curta e nariz longo
 

                                                                      

 

Pinóquio

Não se pode esperar muito daquela irracional marioneta que depende de todos os que puxam pelos fios para se movimentar. Os meus apelos para não mentir, para ser justo e sincero parecem não chegar às entranhas da madeira opaca que compõe a sua cabeça. Já lhe disse que a mentira tem perna curta e, no caso concreto dele, nariz longo. Felizmente é um processo reversível pois só permanece grande até dizer a próxima verdade. Acredito que culpa é toda de Gepeto que não lhe soube dar educação.

Um dia destes decidiu que queria ser mesmo alguém na vida: um rapaz normal, de carne e osso. A transformação implicaria só um simples encontro com a Fada Azul. Quando esse dia chegou tratei de esconder o meu pequeno corpo de inseto atrás de um ananás que jazia, estranhamente, no quarto da cerimónia. Se calhar o Pinóquio gosta da fruta, pensei. Dali ouvi a conversa e vi o nariz dele sem dar opinião pois a experiência indicou-me que ninguém dá ouvidos a um grilo.

- Eu respeito toda a gente! Sou um menino bem comportado!

A Fada não cedeu embora soubesse que ele tinha dito verdades. Afinal de contas desde que o nariz ficou pequeno, logo desde a primeira frase, não tinha retomado ao outro estado.

- Mas eu sei as regras... - proferiu o pedaço de madeira com forma quase humana.

O aspecto facial acabou por comprovar a falsidade da informação. Todavia o resultado não se manteve constante pois, antes da merecida pausa alimentícia, acabou por dizer uma verdade. Depois de todos confirmarem o que era aquele aroma que pairava no ar, bolo de ananás, foi altura de prosseguir:

- Deste todos os dias comida ao gato do Gepeto, o Fígaro? - Interrogou a Fada.
- Claro que não. Não sou responsável! - Não precisávamos de olhar para a cara do Pinóquio, bastava pensar que o peixinho dourado ainda permanecia vivo no aquário.
- Já alguma vez falaste com estranhos? - Todos os que conhecem a original história conseguem imaginar a forma do nariz assim que a marioneta acenou negativamente com a cabeça.
- E já falaste com alguma raposa?
- Claro que não! Proferiu, mentindo mais uma vez.

Não houve tempo para uma quarta pergunta. Gepeto entrou no quarto com uma lata de antiferrugem. As dobradiças do maxilar da sua criação faziam mais barulho do que aquele suportado pelo comum dos mortais. Enquanto isso, a Fada foi convidada a saborear mais uma fatia do bolo elaborado com o fruto da região. Era uma espécie de reembolso para compensar a interrupção do seu discurso.

A terceira parte, e última, começou da pior maneira, com uma mentira. Mas talvez pela pressão da presença do seu criador depois ditou mais duas verdades. No entanto, e como a forma compulsiva de mentir do personagem é mais forte, acabou na sua quarta intervenção por afirmar que nunca tinha falado com estranhos. Foi a gota de água. Assim, aquela pobre e infeliz marioneta, ainda sem movimento próprio, esteve a contar os dias até uma nova visita da Fada Azul. Algum dia conseguirá ser um rapaz humano na totalidade. Ninguém dá mesmo ouvidos a um grilo.

  

"A consciência é aquela voz pequena e contínua que as pessoas não ouvem"
GriloFalante

 


A cache não está nas coordenadas iniciais e para descobrir a verdadeira localização é necessário resolver o enigma presente na página. Deixem tudo como encontraram ou melhor ainda, a fim de preservar a cache e o local da mesma.
 
Não revelem as coordenadas finais para que todos possamos disfrutar, da melhor forma, a aventura. Divirtam-se!

 

Additional Hints (No hints available.)