
Com autorização régia a edificação iniciou-se, em 1794, com a ajuda de um imposto sobre bens alimentares, alargado, em 1796, à imposição de cinco reis sobre cada alqueire de trigo. Ainda em construção, em 1809, foi quartel das tropas invasores francesas. Já em 1823 teve a celebração da missa nova e, em 1837, na sacristia ocorreu a primeira reunião da vereação do concelho de Valongo, entretanto criado em 1836. De arquitetura neoclássica segue a traça da igreja da Lapa, Porto. A imponência da volumetria destaca-se na paisagem e no seu interior encontramos um excelente espólio de meados do séc. XIX. A decoração dos tetos engloba um interessante conjunto de pinturas com os evangelistas, na capela-mor, e emblemas marianos, na nave. Os altares neoclássicos foram concebidos para receber imagens dos mais conceituados imaginários, encarnadores e pintores da época, como João Baptista Ribeiro, João António Correia e Francisco José Resende. Nas imediações encontra-se a capela do Senhor dos Passos, que serviu de igreja paroquial, enquanto durou a construção da matriz. A confraria do Senhor dos Passos, fundada em 1710, teve como seu instituidor João Vieira de Mesquita.

A Capela do Senhor dos Passos, datada de 1729, foi mandada construir por José de Mesquita, homem abastado natural de Fânzeres e marido ciumento, que duvidando da fidelidade da esposa, fez com que percorre-se o longo e humilhante caminho entre Fânzeres e Valongo, onde possuía uma propriedade.
Passaram os anos e o homem certificou-se que havia cometido uma tremenda injustiça com a mulher. Para expurgar os males cometidos, mandou edificar a capela hoje existente e dedicá-la ao passos de Jesus até ao Calvário.
