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Foto de Gastão de Brito e Silva, no blog Ruin'arte
O Palácio das Obras Novas é um edifício construído no âmbito das obras de fomento e aproveitamento da rede de canais do Tejo, designadas por Obras Novas, iniciadas no reinado de D. José por ordem do Marquês de Pombal, e concluídas no reinado de D. Maria I, entre finais do século XVIII e inícios do século XIX.

A rede de canais do Tejo permitia a irrigação e drenagem dos campos agrícolas da região de Azambuja e a derivação do transporte fluvial para o interior. A principal obra desta rede era a Vala Real de Azambuja, que ligava o Tejo à vila de Azambuja e estabelecia uma ligação navegável de 17 km até à Ponte d’Asseca e ao Rio Maior, permitindo a navegação de embarcações de transporte que escoavam os produtos da região.


O Palácio das Obras Novas fica situado no ponto onde a Vala Real desemboca no Tejo, funcionando como um posto de controlo do tráfego de embarcações, de pessoas e de mercadorias, que transitavam através da Vala Real. Servia também como entreposto e estalagem de apoio à antiga carreira de vapores que estabelecia o circuito entre Lisboa e Constância.
Não era, por isso, um verdadeiro palácio no sentido de residência de alguém importante. Mas a envolvência bucólica atraía a visita do Rei D. Carlos e do príncipe Luís Filipe e de outros visitantes ilustres. Tem sido desde sempre um destino de passeio das pessoas da região de Azambuja, em especial no tradicional piquenique da sexta-feira santa, em que as margens da Vala Real se enchem de pescadores e de convivas.
Para além do cenário do rio, a característica mais emblemática do local era uma extensa avenida de palmeiras frondosas que bordejava o caminho até ao palácio, e que serviu de cenário para o filme “Belle Époque”, de Fernando Trueba, vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 1992.

Infelizmente, a avenida de palmeiras desapareceu devido à praga do escaravelho da palmeira, que dizimou as árvores, das quais hoje apenas resta o toco.
O edifício está atualmente em ruínas e em risco de colapso, pelo que se recomenda cautela, apesar das cercas de contenção colocadas pela Proteção Civil Municipal