Esta geocache faz parte do Roteiro de Caches por Montemor, criado no âmbito de um Mestrado em Política Cultural Autárquica e pretende dar a conhecer cada uma das freguesias do concelho de Montemor-o-Velho.
O roteiro é composto por 14 caches.
Espero que tenham um belo passeio e boas cachadas!
Nota: Todas as caches contém logbook mas é necessário levar material de escrita.
Sê discreto durante a procura, tem cuidado ao manusear as caches e volta a colocá-las no lugar de forma a garantir a sua longevidade.
A Freguesia de Arazede
Arazede é a maior e mais populosa freguesia do concelho de Montemor-o-Velho. É também a freguesia que se localiza mais a Norte, distando cerca de 18km da sede do concelho. Apresenta maioritariamente terrenos de cultivo, nomeadamente de morangos (numa zona de transição para a Gândara), misturados com zonas florestais de pinheiros e eucaliptos.
Foi vila e sede de concelho entre 1781 e 1840, data em que foi anexada ao concelho de Cadima. Ao ser extinto em 1853, Arazede passou a pertencer ao concelho de Montemor-o-Velho até aos dias de hoje.
No que toca à cultura, destaca-se o trabalho da Academia Musical Arazedense (AMA), constituída no dia 1 de janeiro de 1950. Ao ter herdado todas as tradições, património e historial da Filarmónica Arazedense (fundada a 25 de março de 1894), a AMA tem vindo a desenvolver a promoção musical, a instrução e o recreio.
Merece referência o trabalho desenvolvido por Angelino Gomes Ferrão (1909-1994), natural de Arazede, um músico e maestro que dedicou toda a sua vida à AMA. Com apenas 6 anos de idade, Ferrão iniciou a sua ligação à banda como “flautim”. Após ter aperfeiçoado os estudos musicais em Coimbra, aos 27 anos assumiu a Regência da Filarmónica numa festa em Vila Franca, pela falta de comparência do regente Sargento Gomes. A par com as funções desempenhadas na AMA, teve a seu cargo outras Filarmónicas (“Boa União Alhadense” e “10 de Agosto”, da Figueira da Foz). Fundou a Orquestra “Betty Boop” em 1931 e a “orquestra Academia” em 1952. Para além de compositor, este autor de centenas de melodias (e em muitos casos também da letra) foi professor de música, encenador, cenógrafo e até carpinteiro de cena. Considerado um amante de todas as artes, também o desenho e a arquitetura mereceram a sua atenção.
Angelino Gomes Ferrão faleceu sem concretizar o seu último sonho: estar presente na comemoração do centenário da Filarmónica de Arazede. Em cima da sua secretária de trabalho deixou a última obra inacabada: a marcha “Centenário”. Dois anos depois do seu falecimento, em 1996, foi-lhe atribuída a Medalha de Mérito Cultural do Concelho de Montemor-o-Velho.
Em termos de património, em Arazede é possível visitar a Igreja Matriz, dedicada a Nossa Senhora do Pranto, as Capelas de São Pedro, de Santa Eufémia, do Senhor da Várzea e de São Tiago, alguns cruzeiros (como o do Santo Cristo), o jardim da freguesia, e o exterior da Casa Brasonada do Capitão Simão Velho da Fonseca. As festas da vila realizam-se no mês de agosto, sendo o dia 15 dedicado a Nossa Senhora do Pranto.
Na rotunda próxima do cemitério, existe uma escultura em pedra calcária do autor José Plácido, com quase 4 metros de altura, dedicada à Mulher Gandaresa. Inaugurada em 1995, a estátua da mulher vestida com os seus trajes tradicionais homenageia as mulheres da Gândara e a vida no campo.
A Igreja Matriz e a Casa Brasonada do Capitão Simão Velho da Fonseca
É no agradável Largo da Nossa Senhora do Pranto que se encontra a Igreja Matriz de Arazede e a Casa Brasonada do Capitão Simão Velho da Fonseca, junto à sede da Junta de Freguesia.
A Igreja de uma só nave tem quatro altares, dos quais o mor, onde está representada a padroeira (Nossa Senhora do Pranto) numa imagem de pedra. O registo dos primeiros batismos, casamentos e funerais datam de 1774.
Em frente à Igreja, sob o atual nome de Casa de Santa Madalena, da outrora Casa do Capitão Simão Velho da Fonseca é apenas possível observar o seu brasão ainda distinto no portal. O Capitão terá instituído a capela de Nossa Senhora dos Pereiros na Igreja Matriz de Arazede, no ano de 1680. Teve Carta de Brasão de Armas, passada em 1681, para Fonsecas e Velhos, com uma brica azul, carregada de um trifólio de prata. O brasão contém estrelas de seis pontas, representando as estrelas dos Fonseca que são, por vezes, confundidas com as estrelas dos Coutinho que têm apenas cinco pontas.
Informação consultada através da página do Município de Montemor-o-Velho, da página da Junta de Freguesia de Arazede, página da Direção Regional de Cultura do Centro, do foto blogue Solares e Brasões e da obra Terras de Montemor-o-Velho de A. Santos Conceição (1992).