MOINHOS DE VENTO E DE ÁGUA
Há umas décadas atrás ,existia uma atividade deveras importante para o quotidiano das populações,que absorvia muitos braços de trabalho.
Hoje só praticamente os mais antigos se lembram dela.Refiro-me à moagem dos cereais produzidos na nossa região e que eram de primordial importância na subsistência das pessoas,surgia assim a necessidade de se proceder à transformação do milho,do trigo,ou do centeio,em farinha.
O povo, tal como se verificava há séculos,aproveitava-se da força do vento e da água que fazia mover os pares das pesadas e redondas pedras rugosas - as mós. Uma contra a outra britavam e moíam até a minúscula partícula de farinha,o cereal que entre elas lentamente e em quantidades reguladas para lá era canalizado,vindo do depósito situado a um nível superior. Depois era só entregar a farinha ao cliente,retirando lhe a respetiva "maquia",ou seja a quantidade de farinha estipulada pelo costume ao longo dos tempos,que servia como forma de pagamento ao moleiro pelo trabalho e pelo desgaste do material investido no seu moinho.
(...)
compreensivelmente,os moinhos de vento que faziam mover as mós através da força adquirida pelas velas "bocados de pano",eram construídos nos cumes dos montes,para melhor aproveitamento do vento.Ao contrário, os moinhos de água e as azenhas,eram construídas nas partes mais baixas dos ribeiros onde a água abundava.
Dos moinhos de vento, ainda podemos observar,embora inativos, uns belos exemplares, a maior parte em ruínas, junto aos lugares de Barreiro e Lourais, mais precisamente no conhecido Outeiro dos Netos.
São de uma beleza rara e merecem uma visita.
Retirado de :
"Contributos para a história de Colmeias e Memória". 1994 Fernando Rodrigues