Em tempos bastante diferentes dos de hoje, escrever uma mensagem num papel e atirar ao mar, era a única maneira possível de comunicar com alguém.
Embora fosse uma técnica bastante popular, que ainda hoje é utilizada, a possibilidade de ser encontrada por alguém é inferior a 3%.
Mas ... quem nunca pegou num papel, escreveu qualquer coisa, colocou na garrafa e enviou para o oceano, na esperança que um dia talvez alguém visse a mensagem.
Existem histórias lendárias sobre o assunto... Relatos épicos de garrafas encontradas centenas de anos depois do seu envio.
Nos dias de hoje, pode parecer ridículo pensar nisto como um meio de comunicação, ou ate considerar a sua utilização como uma possibilidade viável, mas a realidade é que até meados do século XX aparecerem meios de comunicação objectivos, não existia forma de comunicarmos.
Reza a história que a determinada altura, o influxo de mensagens era tão intenso, que a Rainha Elizabeth I se viu obrigada a criar um cargo oficial de “abridor de garrafas do oceano” no século XVI e decretar que qualquer outra pessoa que as abrisse seria condenada à morte.
Tempos diferentes, às vezes em busca do desconhecido, às vezes com vida em risco, esta era a única maneira que conseguia algum tipo de desabafo, desfecho, ou despedida...
No entanto, algumas garrafas deram à costa, e alguns contos lendários descobertos!
A mais antiga mensagem encontrada, estima-se ter 132 anos. Pensa-se ter sido enviada dum navio alemão em 1886 e encontrada por uma família australiana em 2018.
Existe também “a maior história de amor envolvendo mensagens engarrafadas”, que envolve uma carta de 1914 (1a guerra mundial) que foi lançada no Canal da Mancha por um soldado à porta da morte e encontrada na costa inglesa em 1999. Sua destinatária, a esposa do soldado, havia morrido em 1979. A mensagem foi entregue à filha do casal, que já tinha 86 anos na época.
Ao longo dos séculos, diversas cartas seriam engarrafadas e enviadas para o oceano. Estima-se que desde a segunda metade do século XIX, 6 milhões de mensagens engarrafadas foram lançadas, sendo que cerca de 500 mil foram provenientes de oceanógrafos que desejavam estudar a movimentação das águas.
Até músicos usaram este tema para expressar os seus sentimentos sendo a "message in a bottle" dos "The Police", uma música que marcou uma era.
Tão marcante, que pessoas bastante mais novas que a música, a sabem de trás para a frente... Que cresceram a ouvi-la...
Ciência, arte, diversão, solidão, desespero, despedida... As mensagens em garrafas fazem parte da nossa história...
Principalmente num país com ligação direta aos descobrimentos, quantas mensagens não terão sido enviadas a descrever paisagens, monstros, medos ou missões que muitas das vezes não tiveram regresso!
Relativamente à cache...
Esta não era a localização pensada para ela... Mas tivemos o infortúnio (e a sorte) de apanhar a lagoa "fechada" e não conseguirmos passar para o outro lado.
Mudámos o plano e tentámos abordar o gz de maneira diferente, via NATO.
Com a ideia de descer a falésia num ponto conhecido em direcção gz, tentavamos passar, em modo azimute, entre trilhos.
Subimos e descemos umas rampas de areia, até que no topo duma... Tivemos a sorte de olhar para trás...
A vista tomou conta de nós...
Tanta vez passamos aqui de bicicleta ou a pé. Que fizemos os trilhos de trás, pela falésia, sempre a pensar que a parte bonita era noutra perspectiva.. Nunca pensamos que uns metros acima....
Decidimos então mudar o gz!
Verdade que este container tinha sido pensado para o outro sítio... Mas reza a história que há milhões de anos, também a nossa arriba fóssil era coberta por água!
Talvez, um geocacher do futuro tenha entrado numa máquina do tempo, voltado ao passado e enviado uma mensagem para se ver no presente.
Espero que gostem da vista e da cache!
