A Nova Faia
Na década de 60 o Rio Távora era represado, pela primeira vez, pela barragem do Vilar. Obra do Estado Novo, tinha como propósito "trazer o progresso" a estas terras e com ele a esperança de uma vida melhor para os habitantes das aldeias ribeirinhas.
O progresso que havia sido apregoado nunca correspondeu às expetativas dos habitantes e, a somar à frustração, ao fechar-se o paredão, as águas submergiram, quase na totalidade, a aldeia da Faia.
Ficaria conhecida como a primeira aldeia portuguesa a ser "sepultada" debaixo de água e, na memória dos faienses, que perderam as melhores parcelas agrícolas, as casas e os haveres, ainda perdura o slogan: "Faia, a vítima do progresso".
Sem nunca se resignarem, os habitantes da Faia arregaçaram mangas e subiram o monte. Afastaram-se da água e, em redor da também trasladada Igreja, nasceu uma nova Faia e uma Escola Primária, com o mesmo estilo arquitetónico do Bairro da EDP, designação que ganhou e que se manteve com o passar dos anos.
A antiga Faia, que ficou debaixo de água, e a nova aldeia, que hoje convive orgulhosa do seu rio e da sua excecional posição geográfica, estão agora à vista de todos no Centro Interpretativo da Aldeia da Faia.