
A barragem do Viriato foi construída em 1962 e destina-se ao abastecimento de água ao município da Covilhã. A barragem localiza-se na ribeira do Paul ou Cortes, e a sua albufeira ocupa uma área com cerca de 24 ha. A albufeira encontra-se classificada como albufeira de águas públicas, para abastecimento de populações e cuja protecção é ditada por razões de defesa ecológica.
O Plano de Ordenamento da Albufeira da Cova do Viriato localiza-se na área do Parque Natural da Serra da Estrela, numa área caracterizada por uma grande sensibilidade ecológica e por uma ocupação humana de características fundamentalmente rurais, não se verificando no interior da zona de protecção qualquer aglomerado urbano. A estratégia de ordenamento do plano de água e zona envolvente foi desenvolvida no sentido da criação de diversidade económica, biofísica e estética e na contribuição para o aumento da biodiversidade animal e vegetal, e também na adequação dos usos da faixa terrestre às capacidades e potencialidades fisiográficas e ecológicas.
Não sabemos porque está o nome de Viriato associado a esta barragem, até porque se diz que a sua presença está mais ligada à encosta oposta da serra da Estrela. Viriato (? – 139 a.C.) foi um dos líderes da tribolusitana que confrontou os romanos na Península Ibérica. Descrito como sendo um pastor e caçador nos altos Montes Hermínios da Lusitânia , actual Serra da Estrela, foi eleito chefe dos lusitanos. Depois de defender vitoriosamente as suas montanhas, Viriato lançou-se decididamente numa guerra ofensiva e lança ataques sobre as cidades que reconhecem o governo de Roma . Dois tipos de guerra foram atribuidos a Viriato, bellum, quando ele usava um exercito regular, e latrocinium, quando os combates envolviam pequenos grupos de guerreiros e o uso de tácticas de guerrilha.
Para muitos autores, Viriato é visto como o modelo do guerrilheiro. O general romano Servílio Cipião renova os combates com Viriato, mas este mantém superioridade militar e força-o a pedir uma nova paz. Envia, neste processo, três comissários de sua confiança, Audas, Ditalco e Minuros. Cipiao recorreu ao suborno dos companheiros de Viriato, que assassinaram o grande chefe enquanto dormia. Um desfecho trágico para os lusitanos e para Viriato, e vergonhoso para Roma, superpotência da época e que se intitulava arauto da civilização...