#83/160 - As Paralelas
Esta cache faz parte de uma série de 160 caches que percorrem todo o limite do concelho de Azambuja.
Representa-se em todo o percurso a fantástica viagem de Phileas Fogg e seu criado Passepartout descrita no famoso livro de Júlio Verne, "A Volta ao Mundo em 80 Dias". A história que aqui apresentamos é fiel ao original, sendo resumida e adaptada ao necessário para a criação dos enigmas, mas em nada alterando a história criada por Júlio Verne.
Sendo as caches desta série do tipo "Mistério" em todas conseguirá saber o local exato da cache decifrando o enigma que terá que descobrir em cada caso.
Uma pequena nota sobre os graus de dificuldade: A dificuldade no cimo desta página (neste caso 1,5) refere-se à dificuldade em geral para chegar à cache, juntando as dificuldades para decifrar o enigma e para a encontrar.
Boa sorte!!!!
Fórum geopt.org, o local para as suas dúvidas ou sugestões sobre os enigmas, para obter ou dar ajuda.
Quase Desencontro
A chuva e o temporal aumentaram e durante o dia todo a embarcação correu assim para o norte, arrastada pelas vagas monstruosas. Vinte vezes esteve quase a ser submergida por uma das montanhas de água, mas um movimento certeiro do leme, feito pelo piloto, evitava a catástrofe.
Pela noite, como se receava, o vento, rodando três quartos, soprou para noroeste. A goleta, oferecendo então o flanco à vaga, foi assustadoramente sacudida de modo terrível. Com a noite, a tempestade acentuou-se ainda mais. John Bunsby, depois de interrogar os seus homens, aproximou-se de Mr. Fogg, e disse-lhe:
— Acredito, Vossa Honra, que seria melhor aproarmos em um dos portos da costa.
— Também acredito, respondeu Mr. Phileas Fogg.
— Ah! exclamou o piloto, mas em qual?
— Só conheço um, respondeu tranquilamente Mr. Fogg. Shangai.
Esta resposta, o piloto a princípio levou alguns minutos sem compreender o que significava, o quanto continha de obstinação e de tenacidade. Depois exclamou:
— Ah, sim! Vossa Honra tem razão. Para Shangai!
Noite verdadeiramente terrível e só por milagre a pequena goleta não sossobrou. De manhã a tempestade continuava ainda com um extremo furor, mas o vento recaiu para o sudoeste. Era uma mudança favorável. Ao meio dia houve alguns sintomas de acalmia, que melhorou ainda mais até à noite. No dia seguinte ao nascer do dia John Bunsby, feito o reconhecimento da costa, pôde afirmar que não estavam ainda a cem milhas de Shangai, e o tempo que lhes restava não era suficiente.
Ao meio dia a Tankadère não estava a mais de quarenta e cinco milhas de Shangai e restavam seis horas para chegar a este porto antes da partida do paquete para Yokohama.
Às sete horas, achavam-se ainda a três milhas de Shangai. Uma formidável praga escapou da boca do piloto... O prémio de duzentas libras iria escapar. Olhou para Mr. Fogg que estava impassível, e contudo toda a sua fortuna era jogada neste momento.
Neste momento também, uma longa fuselagem negra, coroada com um penacho de fumo, apareceu ao nível da água. Era o paquete americano, que saía na hora regulamentar.
— Maldição! exclamou John Bunsby, que empurrou o leme com um braço desesperado.
— Sinais! disse simplesmente Phileas Fogg.
Um pequeno canhão de bronze na proa da Tankadère servia para fazer sinais em tempos de nevoeiro. A peça foi carregada até à boca, mas nesse momento diz Mr. Fogg:
— A bandeira a meio pau.
A bandeira foi arreada a meio mastro. Era um sinal de perigo, e podiam esperar que o paquete americano, percebendo-o, modificasse por um instante a sua rota para se dirigir à embarcação.
— Fogo! disse Mr. Fogg.
E a detonação da pequena peça de bronze eclodiu no ar.
