Dia 13, na maré da manhã, o Carnatic entrou no porto de Yokohama.
Este porto é uma parada importante do Pacífico, onde fazem escala todos os vapores empregados no serviço de correio e de viajantes entre a América do Norte, a China, o Japão e as ilhas da Malásia. Yokohama está situada na baía de Yedo, a pouca distância desta imensa cidade, segunda capital do império japonês.
Passepartout desembarcou, sem qualquer entusiasmo, naquela terra tão curiosa dos Filhos do Sol. Não tinha nada melhor para fazer do que tomar o acaso por guia e aventurar-se pelas ruas desta cidade absolutamente europeia.
Os 18 distritos ou bairros (ku) da cidade de Yokohama |
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Naka-ku ( 中区) – centro administrativo
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Depois, sem que o acaso lhe servisse, entrou na parte japonesa decidido a avançar até Yedo, onde passeou durante algumas horas entre a multidão.
A seguir vagueou pelos campos, no meio de imensos arrozais. Ali se espalhavam, com as flores que lançavam suas derradeiras cores e seus derradeiros perfumes, camélias deslumbrantes, não em arbustos mas em árvores e, nos cercados de bambu, cerejeiras, pereiras, macieiras, que os indígenas cultivam mais por suas flores que por seus frutos.
A noite chegou. Passepartout regressou à cidade indígena e errou pelas ruas no meio de lanternas multicores, contemplando os grupos de acrobatas que executavam os seus prodigiosos exercícios. Em seguida voltou para o ancoradouro, iluminado pelos fogos dos pescadores que atraíam peixe à luz de resinas inflamadas.