O Navio-Hospital Gil Eannes
Foi construído em 1955 tendo em vista uma missão específica: dar apoio à frota bacalhoeira portuguesa nos mares da Terra Nova e Gronelândia. Todavia, não ficou limitada a isto, uma vez que, para além da assistência médica a todos os pescadores e tripulantes, desempenhou outras funções, tais como navio capitania, transporte de correio, navio rebocador e quebra-gelos, e, não menos importante, serviço de reabastecimento de mantimentos, de redes, de isco e de combustível aos navios da pesca do bacalhau.
Mapas de navegação
A partir de 1963 as suas funções foram ampliadas, passando a fazer outros serviços, tais como viagens de comércio, como navio frigorífico e transporte de passageiros, nos períodos de pausa entre as campanhas de pesca, de forma a melhor rentabilizá-lo do ponto de vista funcional e económico.
Documentos do primeiro capitão do navio
A última viagem do Gil Eannes para assistência à frota bacalhoeira portuguesa ocorreu em 1973, porque, após 1974, toda a frota pesqueira começou, aos poucos, a desaparecer, estando actualmente quase extinta. Muitos dos barcos existentes foram abatidos e condenados ao desaparecimento. Outros, com mais sorte, foram vendidos quase ao desbarato e continuam ainda a navegar com outros nomes e sob bandeiras estrangeiras. A sua última actividade foi uma viagem diplomática ao Brasil como embaixada flutuante de Portugal, nas recepções oferecidas pelo então embaixador, o Professor José Hermano Saraiva.
Comunicações
Após uma paragem de 18 meses, em 1975 retomou a actividade como navio comercial frigorífico. De País pescador de bacalhau, tornámo-nos importadores deste produto. E o Gil Eannes, ao serviço da Comissão Reguladora do Comércio de Bacalhau, passou a efectuar o transporte de bacalhau seco da Noruega. Ainda em 1975, foi também requisitado pelo Governo Português para, como navio hospital que era, ir prestar apoio às populações, na fase final do processo de independência de Angola. Uma vez em Angola, voltou a ser armado para viagens comerciais, tendo navegado pela Noruega, Canadá, Nova Inglaterra, África do Sul, República dos Camarões e Espanha, com paragens temporárias de manutenção nos Estaleiros de Viana do Castelo e Aveiro.
A vista do leme do navio
Em 1984 findou as suas actividades, tendo andado, qual animal açoitado, de cais em cais no porto de Lisboa, até ser vendido a um sucateiro para abate em 1997, quando já se encontrava bastante degradado e sem muito do seu material que o apetrechava, que, aos poucos, foi parar a mãos alheias. E teria um fim deplorável e completamente inglório, se a cidade de Viana do Castelo, através da sua edilidade, não se tivesse mobilizado para o salvar e resgatar da sucata. Em 1998 recebeu profundas obras de reabilitação nos Estaleiros Navais de Viana do Castelo, sendo agora também um museu.
A sala de operações está localizada no piso -3 pois é a parte mais central e baixa, permitindo uma maior estabilidade para as cirurgias
Referência, com supressões
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