Oficinas Criatividade Himalaya
Em 10 de Novembro de 1906, a revista Occidente rejubilava: “O Padre Himalaya é hoje uma glória portuguesa e por isso tudo o que a seu respeito se possa dizer terá para o público a curiosidade que despertam os homens privilegiados por seus talentos e obras extraordinárias.”
Manuel António Gomes, o inventor de batina nascido em Cendufe (Arcos de Valdevez), tinha então 38 anos e acumulava já 17 de experiências em Portugal e no estrangeiro com estranhos engenhos para captação da energia solar, entre outros inventos que o público nem sequer sonhava.
Ganhara dois anos antes o Grande-Prémio da Exposição Mundial de Saint Louis (EUA), com uma máquina que a propaganda da época assegurava atingir o “grau supremo de calor”, o máximo possível de temperatura medida. Espantara sábios e capitalistas nos Estados Unidos, vencendo a sátira inicial e conduzindo sucessivas experiências para fundir metais. Mais: ao contrário de inventores do “primeiro mundo”, apresentara-se em Saint Louis quase sem apoios, sem mecenas, sem máquina de propaganda. “O país ficou conhecido em toda a América e em todo o mundo como um país onde há mais do que vinho do Porto, cortiça e pescadores”, assegurava o artigo.
Fonte: www.nationalgeographic.pt/historia/padre-himalaya-o-inventor-arcos-valdevez_2566