O caminho do contrabando que proponho dar a conhecer, era o que os meus avós maternos (Teresa Machado e João Perinha da Fonseca) faziam e que eu, entre os 10-15 anos, acompanhei algumas vezes. Parte da Fonte da Celorica, perto da nossa casa e vai até à Fontanheira. Deixem-se absorver pelas paisagens deslumbrantes que envolvem a fronteira entre Portugal e Espanha e por onde, em tempos, se contrabandeavam vários produtos.
Durante o Estado Novo, por percursos sinuosos e de madrugada, os contrabandistas cruzavam a fronteira entre Portugal e Espanha transportando café e todo o tipo de produtos, às escondidas dos guardas-fiscais e carabineros, de ambos os lados da fronteira. São estes caminhos que vos proponho conhecerem e que é uma homenagem a uma profissão de circunstância, que se tornou parte da história da raia luso-espanhola, mas também serve para homenagear centenas de famílias, que não fazendo contrabando se iam abastecer de produtos mais baratos às primeiras povoações da vizinha Espanha.
Ao longo do caminho darei a conhecer pequenos apontamentos sobre as agruras que as famílias e os contrabandistas sofriam na sua actividade.
Apontamento:
A passagem pela Ribeirra dos Galegos, fazia-se de forma muito precária, por pedras que estavam colocadas para podermos atravessar. Na época de inverno era sempre mais dificil devido ao nível da água. Um percurso sinuoso feito por famílias e pelos contrabandistas "profissionais".