Parque Fluvial de Alvura
O Parque Fluvial de Alvura pretende ser um laboratório de experimentação e um parque de uma nova geração, dando resposta às necessidades de melhor qualidade de vida e de transformação da sociedade perante a crise climática que vivemos. As soluções técnicas e de base natural apresentadas no parque poderão servir para reconhecimento e aprendizagem, para que no futuro sejam replicáveis noutros locais, nomeadamente no Corredor do Rio Leça da nascente à foz.
Atualmente as áreas verdes e parques devem promover serviços de ecossistema que extravasam os limites físicos dos próprios e que garantem contributos para uma sociedade mais sustentável em várias áreas.
Analisando com mais pormenor o Parque Fluvial de Alvura, poderemos ver que contribui para a gestão do ciclo da água, captando água da zona envolvente, promovendo a sua infiltração, antes de verter a água para o Leça. Evitando cheias rápidas, típicas no local e das zonas mais urbanizadas, contribuindo para evitar cheias a jusante na zona de Parada. Utiliza para este efeito dois mecanismos:
- Valas e bacias de retenção sequenciais que enchem sucessivamente e só quando atingem o limite da sua capacidade global é que derramam a água para o Leça;
- Caixas de águas pluviais na Rua que permitem a infiltração da água no solo que só quando a capacidade de infiltração não é suficiente, liberta as águas para as valas de retenção.
Estes mecanismos permitem também filtrar a água que escorre na rua e que pode conter poluentes típicos do tráfego automóvel ou detritos urbanos, evitando que cheguem ao rio diretamente.
O Parque respeita também o leito de cheia, deixando toda essa zona livre de equipamentos e obstáculos à passagem das águas em episódio de cheia.
Ao nível da energia o Parque será equipado com luminárias sustentáveis, que captam a energia do vento e do sol para satisfazer as necessidades de iluminação, podendo ainda ser equipadas com internet wireless para utilização dos visitantes do Parque.
Ao nível da biodiversidade a zona de cheia do parque estava infestada por plantas invasoras que foram removidas em 2016, para dar lugar à plantação de árvores autóctones com a participação de voluntários do Projeto Futuro - 100.000 árvores na AMP. Esta forma de criação de um parque de forma participativa é também de salientar, uma vez que o envolvimento da população é um fator crucial para a despoluição do Rio Leça.
Todas as árvores e arbustos serão espécies locais típicas dos habitats ribeirinhos, facilitando assim um aumento da biodiversidade neste local e servindo também de refúgio para espécies que se deslocam no corredor do Rio Leça.
