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Indústria Conserveira no Parchal Traditional Cache

Hidden : 01/26/2025
Difficulty:
1 out of 5
Terrain:
1 out of 5

Size: Size:   micro (micro)

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Geocache Description:


 

Sociedade Peninsular de Importação e Exportação, lda, 1931, Parchal

As margens do Rio Arade foram local privilegiado para a instalação de fábricas de conserva desde o fim do século XIX, até ao século XX. A proximidade de salinas, o fácil acesso ao mar e, consequentemente, à matéria prima principal da indústria (o peixe), aliada à proteção das forças do mar garantida pelas zona mais interiores do rio, justificam, em grande parte, o número de fábricas que ali surgiram ao longo o tempo, aliadas às condições portuárias e importância do porto de Portimão, assim como a cultura piscatória presente.

Em meados do século XIX, no seguimento da Revolução Industrial que despontara no Reino Unido, o Sudoeste da Península Ibérica foi palco da fixação de uma próspera indústria conserveira próxima dos principais portos de pesca e estuários, onde era possível extrair grande quantidade de sal, matéria-prima essencial à produção das conservas.

Até o turismo ter trazido o modelo de desenvolvimento socioeconómico que proliferou até aos dias de hoje, isto é à década de sessenta do século XX, era outra a azáfama que caracterizava o estuário do Arade em ambas as suas margens: os apitos a chamar as mulheres das fábricas para irem tratar do pescado… era o palpitar do centro conserveiro de Portimão!

Até à entrada para o último quartel do século XX o Algarve era um dos mais importantes polos industriais do país, recebendo perto de 25% das capturas das pescarias nacionais. Em 1908, a região contava com cerca de três dezenas de fábricas conserveiras, sendo que dez anos mais tarde o número decuplicaria. Só na foz do rio Arade, em ambas as margens, nos concelhos de Lagoa e Portimão, existiram, de forma mais ou menos ininterrupta ao longo da primeira metade do século, cerca de duas dezenas de fábricas. Em 1968, o centro conserveiro de Portimão tinha 23 unidades de conservas em azeite e molhos e três de conservas em salmoura.

Embora para o concelho de Lagoa não exista ainda uma contabilização e sistematização exaustiva das fábricas e dos anos em que laboraram, nos anos 1960 sabe-se que eram mais de uma dezena, entre Ferragudo, Mexilhoeira da Carregação e Parchal, sem esquecer o caso individual de Carvoeiro.

A espaços é possível enumerar bem mais que a dezena, ainda que uma mesma fábrica pudesse ostentar outro alvará passados poucos anos de atividade ou apresentar diferentes designações, dependendo da fonte consultada.

O abastecimento das fábricas era garantido por uma numerosa frota de embarcações que capturava sardinha, cavala, atum, biqueirão e outros peixes, constituída por galeões a vapor e traineiras e enviadas a gasóleo, que lançavam as redes de cerco, por buques e canoas à vela ou a remos, que transportavam o peixe até à doca.

Havia, além das fábricas de conservas, aquelas que complementavam a cadeia de produção, nomeadamente as de farinha e de óleo de peixe. Atentando à quantidade de homens e mulheres necessária à produção, sem contar com a parte administrativa e indústria subsidiária (litografia, cunhos, cortantes, vazio, embalamento), a massa humana implicada era enorme. Só entre as duas dezenas de fábricas da foz do Arade seriam alguns milhares de operários.

A este número ainda acrescem mais umas centenas das tripulações de pescadores e de operários em terra: reparadores de redes, carpinteiros, pintores, fundidores, mecânicos, serralheiros, torneiros, afinadores de cravadeiras, motoristas marítimos, fogueiros, ferreiros, carregadores, maquinistas, estivadores, cargueiros.

O impacto socioeconómico que a indústria conserveira teve no concelho de Lagoa entre os finais do século XIX e os meados do século XX foi transformador. Oscilando entre a prosperidade e a decadência, fosse o ano abundante ou escasso em peixe, a indústria das conservas declinou definitivamente na década de 70.

Depois da revolução de abril os terrenos das fábricas, então em ruínas, foram sendo adquiridos para habitação e outros empreendimentos em consequência da terciarização da economia algarvia. Tanto do lado de Ferragudo como do de Portimão, o que ficou foi uma paisagem pós-industrial marcada pelas esguias chaminés das fábricas onde hoje só as cegonhas nidificam. É o que resta de um património que em tempos foi o rosto do cidadão lagoense, adulto ou criança, que durante décadas se sujeitou às más condições laborais e salariais, sobrevivendo ao árduo trabalho das fábricas, da pesca ou da salinicultura.

Costa & Carvalho, Lda Parchal, 1917;Empresa de Conservas “Atlântica”, lda, 1919, Parchal;

 

https://conservasdeportugal.com/a-industria-conserveira-na-construcao-da-malha-urbana-no-algarve-portimao-8/

Additional Hints (Decrypt)

ab bevsvpvb gncnqnb pbz crqen / ire fcbvyre

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)