
O CAMINHO DOS MONGES é o primeiro percurso pedestre de Grande Rota, associado diretamente aos núcleos arquitetónicos da Ordem Monástica de Císter, estando implementado ao longo dos territórios vinhateiros do Douro e do Távora-Varosa. Estende-se ao longo dos rios Varosa (afluente do rio Douro) e Balsemão e percorre os municípios de Tarouca e Lamego. O CAMINHO DOS MONGES conta-nos assim a história com origem na fundação do Mosteiro de São João de Tarouca, o primeiro Mosteiro da Ordem de Cister em Portugal, monumento intimamente ligado à história e do vinho fino. O CAMINHO DOS MONGES percorre os terrenos sobranceiros à margem esquerda do rio Douro, onde, a partir do ano de 1142 os Monges de Cister plantaram os primeiros vinhedos junto à foz do rio Varosa. Trata-se da primeira Quinta do Douro, hoje Casa dos Varais, a produzir o chamado “vinho cheirante de Lamego”, atualmente denominado Vinho do Porto.
É um percurso linear de Grande Rota (GR64) com uma extensão de 41 km, que liga os dois concelhos de Lamego e Tarouca, com um desnível positivo de 1134 m. Com uma altitude mínima de 75 m e máxima de 584 m, cujo grau de dificuldade é considerado Moderado. A duração aproximada para a realização deste percurso é de 12 horas. Fonte: Painéis informativos presentes no local

Fig. 1 – Mapa do Caminho dos Monges
Fonte: Painéis informativos presentes no local: “Varandins do Varosa”
Observação da Morfologia
Entre aproximadamente 610 e 510 milhões de anos a atividade tectónica esteve na origem da formação de diferentes tipos de rochas ao impor a sua sedimentação, resultando em argilas, siltes, e grauvaques, que originaram o Complexo Xisto-Grauváquico, atualmente designado Super Grupo do Douro-Beiras. A fusão destas rochas originou magmas riolíticos, no interior da cadeia montanhosa Varisca ou Hercínica entretanto formada, que, ao perderem temperatura, cristalizaram e deram origem a maciços graníticos, entre aproximadamente 350 a 280 milhões de anos. A colisão entre as placas continentais deu origem à orientação este-oeste a noroeste-sudeste das grandes estruturas regionais, que se dispõem em sinforma, como é o caso dos xistos do Grupo do Douro e das massas graníticas do antiforma Vila Real-Carviçais a norte e do antiforma Lamego-Escalhão a sul. A rocha sobre a qual assenta a barragem do rio Varosa é um granito alcalino, moscovítico, de grão grosseiro, médio ou médio a fino, frequentemente porfiróide, albítico, microclinizado, denominado Granito de Valdigem (Teixeira et al., 1967), que se prolonga para leste, pelo monte de São Domingos, com tonalidades claras. Devido às suas características foi largamente explorado para a construção civil em pedreiras em Valdigem, e no monte de São Domingos onde se mantém em exploração. As rochas instruídas por este granito são fundamentalmente xistos e grauvaques pertencentes ao tradicionalmente designado Complexo Xisto-Grauváquico do Grupo do Douro, de idade ante-ordovícica. Em consequência da sua intrusão, desenvolveram-se faixas de corneanas, rochas metamórficas muito duras, como as que se observam no contacto entre a mancha do Granito de Valdigem e as rochas xistentas em seu redor (corneanas mosqueadas, andaluzíticas). A presença destas rochas metamórficas está bem materializada no contacto brusco que se observa junto à barragem do Varosa e ao longo da estrada que ali conduz, bem como no leito do próprio rio Varosa, que condiciona a morfologia das vertentes escarpadas do rio que se observam nestes locais e, mais genericamente, dos vales muito apertados do rio Varosa. Fonte: Painéis informativos presentes no local
Fig. 2: Paisagem do Granito de Valdigem (Complexo Xisto-Grauváquico do Grupo do Douro) presente na barragem do Varosa
Fonte: Fotografias de autoria própria
