Água e Gelo - Castanheira de Pêra -
Leiria |
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Localização
Esta cache irá levá-lo ao topo da Serra da Lousã, na freguesia do
Coentral, concelho de Castanheira de Pêra. A carta militar M888
correspondente é a 252.
Para chegar à freguesia do Coentral, utilize a estrada que liga
Castanheira de Pêra à Lousã. |
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Microcache: Os Poços de Neve |
História |
Poço de Neve |
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Estamos hoje de tal forma habituados ao conforto dos tempos
modernos, que nos poderá parecer estranho que algo tão banal como o
frígorifico tenha sido inventado apenas à 100 anos. Antes disso, no
entanto, já eram bem conhecidas e apreciadas as capacidades de
refrigeração do gelo e da neve. Na impossibilidade de se produzir
gelo em casa, surgiram fábricas de gelo no local onde ele poderia
ser naturalmente produzido e mantido: as frias, inóspitas e
distantes serras.
Esta microcache irá levá-los aos três poços de neve que restam do
antigo Neveiro Real. Dois deles são octogonais e o terceiro é
circular. Estão cobertos por abóbadas de pedra e todo o conjunto
foi edificado com a pedra negra da região. Cada poço tem uma só
porta, estreita, virada para Nascente, para evitar que quando o sol
é mais forte, possa entrar pela estreita porta e derreter a neve
ali guardada. | |
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Durante todo o Inverno, as mulheres e os garotos apanhavam a
neve para umas cestas que eram depois baixadas pelos homens até ao
fundo dos poços, sendo ali despejada e calcada com pesados maços de
madeira. Isolada pelas frias paredes de pedra, coberta com fetos e
palha, o gelo assim se conservava até ao Verão, altura em que era
penosamente transportada para a Corte.
Três ou quatro blocos de gelo eram recortados dos poços, envolvidos
em palha e sarapilheira, carregados em carros de bois, e dessa
forma percorriam os tortuosos caminhos da Serra até Constância,
onde passavam então à via fluvial que os levaria a Lisboa. Este
transporte da neve era assistido por protecções legais, que
obrigavam os povos dos lugarejos encontrados pelo caminho a
repararem ou substituírem, com rapidez, as carroças danificados.
Atestam os documentos que el-Rei mandava "passar ordens a todas as autoridades civis e
militares para facultarem ao arrematante, para a condução do gelo,
carros, pessoal e barcos, bem como mantimentos, tudo pelos preços
comuns ou correntes que fossem justos (...) e todos, nesse
particular, deviam prestar coadjuvação ao arrematante; podendo
qualquer oficial de Justiça ou autoridade militar, mesmo fora do
distrito da sua jurisdição, embargar quaisquer transportes que se
tornassem indispensáveis para a referida condução da
neve". |
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Vale da Ribeira das
Quelhas | |
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Estrada
gelada |
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Cerca de 1782, a neve era vendida, em Lisboa, no botequim
onde hoje se situa o café "Martinho da Arcada". Este foi
sucessivamente conhecido por Casa da Neve, Casa do Café Italiana,
Café do Comércio e Café Martinho, sendo esta última designação
proveniente do facto de ter sido seu proprietário um tal Martinho
Rodrigues, que, em 1810, foi contratador da Neve do Coentral. Esta
casa tinha então um depósito de neve na Travessa da Parreirinha
(próximo do Teatro de S. Carlos). Há notícia da existência em
Lisboa, de outros poços destinados a armazenar a neve. Houve poços
no bairro da Graça e até a torre Norte do Castelo de S. Jorge, do
lado da Calçada de Santo André, sofreu obras para ser transformada
em depósito de neve. | |
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Como chegar
Na freguesia do Coentral encontrará indicações para os Poços de
Neve e Santo António da Neve, pelo que será fácil ali chegar.
Alertamos, no entanto, para os perigos do caminho. A estrada,
estreita e em mau estado encontra-se junto a uma ravina bastante
íngreme, sem qualquer protecção. Para dificultar um pouco as
coisas, encontra-se regularmente gelo na estrada: cuidado!
Uma vez no local, a vista é de cortar a respiração. Ali, terá a
região centro a seus pés, sendo provavelmente o horizonte mais
espetacular, aquele de onde se avista o branco da Serra da
Estrela. | |
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Cache Final: Ribeira das Quelhas |
Como chegar
Regressando ao Coentral, procure estacionar junto a N40º 03.788, W
008º 10.375, logo após o cabril comunitário. Aí encontrará um
trilho, junto à margem esquerda da ribeira, que o levará até à
cache final. Será necessário atravessar a ribeira algumas vezes,
saltitando de pedra em pedra, procurando o caminho mais fácil.
Atenção: algumas zonas deste percurso poderão ser perigosas,
particularmente para crianças. É preciso "trepar" algumas rochas
que no Inverno poderão estar escorregadias. Não é preciso, no
entanto, qualquer equipamento especial - apenas alguma ginástica e
um pouco de cuidado. |
Cascata na Ribeira das
Quelhas | |
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Para chegar à cache, precisará dos
valores de A e B que se encontram na micro. As coordenadas para a
cache final serão:
N40º 03.(586+A), W008º 10.(B-158) |
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