Quando as aves são capturadas no decurso de uma operação de anilhagem podem ser registados diferentes tipos de informação: a idade e o sexo da ave, diversos tipos de medições morfológicas (ou biometrias) que podem ser utilizadas na caracterização de diferentes populações, a quantidade de gordura acumulada nas aves migradoras, o estado da muda das penas e o habitat em que a ave foi capturada.
Uma ave pode ser recapturada por outros anilhadores, observada de novo ou recuperada por elementos do público, numa grande variedade de circunstâncias (atropelada por um carro, encontrada morta, abatida a tiro, etc.).
No caso de uma ave ser recapturada por outro anilhador (controlada), o registo sucessivo das biometrias permite estudar diferentes aspectos do seu ciclo de vida anual, tais como as variações da massa corporal que antecedem a migração ou o desenvolvimento sazonal da muda. Há que ter em atenção que, quando se pretende comparar as biometrias registadas por diversos anilhadores, as técnicas utilizadas para a sua obtenção deverão ser rigorosamente padronizadas entre os vários anilhadores e entre os diferentes países.
Quando uma anilha é recuperada por um elemento do público ou por outro anilhador, esse facto é comunicado à Central Nacional de Anilhagem. Aqui, o número dessa anilha é verificado nos registos de aves anilhadas que são remetidos pelos anilhadores; o captor e o anilhador são depois informados sobre os locais, datas e circunstâncias de anilhagem e recuperação da ave. Quando uma anilha é recuperada fora do país onde foi colocada é necessário que as Centrais de Anilhagem troquem a informação necessária.
Anualmente, cada Central Nacional de Anilhagem publica resumos estatísticos dos números de aves anilhadas e recuperadas nos respectivos países. Anualmente, são anilhadas na Europa cerca de 3,8 milhões de aves, sendo recapturadas cerca de 90 mil. A proporção de aves anilhadas que é posteriormente recapturada apresenta, consoante as espécies, grandes diferenças, podendo variar entre 1% nos pequenos passeriformes a mais de 50% na Cegonha-branca. A anilhagem tem vindo a ser efectuada por toda a Europa ao longo deste século, o que torna os dados de recuperação de anilhas no mais valioso conjunto de informação jamais armazenado e disponível para qualquer grupo animal.
As anilhas actualmente fornecidas pelo Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade, apresentam na sua forma completa ou parcial a seguinte inscrição: CEMPA SECRETARIA DE ESTADO AMBIENTE LISBOA.
Esta inscrição permite que a informação de uma ave anilhada possa chegar à Central Nacional de Anilhagem.
As anilhas fornecidas, feitas de diversos materiais, compreendem um grande numero de tamanhos e permitem marcar de forma adequada, todas as espécies de aves que habitam ou passam pelo nosso país.
Todas as anilhas tendem a desgastar-se com o passar dos anos, dependendo este desgaste da resistência do material e dos hábitos da espécie anilhada. Por este motivo, existe a tendência em utilizar anilhas de materiais mais resistentes em aves que frequentem ambientes marinhos ou costeiros, onde a corrosão pelo salitre ou a erosão provocada pela areia, podem apagar a inscrição num curto período de tempo
Na anilhagem, é fundamental que as anilhas e marcas utilizadas não alterem o comportamento da ave, por isso o tamanho das anilhas deve adequar-se à espécie em questão. Uma anilha demasiado grande pode dificultar o movimento dos dedos, bem como ficar presa em materiais, como por exemplo, os materiais constituintes do ninho. Por outro lado, uma anilha estreita dificulta a muda das escamas da pata, favorece a acumulação de terra e pode chegar a dificultar a circulação sanguínea. Por isso, a CNA entrega a cada anilhador uma lista das anilhas adequadas para cada espécie. |