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Printable information sheet to attach to Cidinho & Lia GC #537 - Geo Alentejo
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This is collectible.
História
O povoamento da região do Alentejo Litoral é bastante remoto, como o provam os numerosos vestígios de culturas anteriores à romanização. Durante os primeiros séculos da nossa era, a região, tal como aconteceu com todo o território que iria posteriormente formar Portugal, pertenceu ao Império Romano. Essa matriz moldou a nossa língua e a nossa cultura; deixou no Alentejo Litoral inúmeros registos, escritos em pedra e em mosaicos, cisternas e fóruns, em cidades desaparecidas e velhos monumentos.
Em Miróbriga, revive-se as corridas de carros puxados por cavalos Lusitanos, que atraíam multidões ao hipódromo da cidade, para depois tentar imaginar nas ruínas dos edifícios do século I dessa cidade o dia-a-dia urbano de há dois mil anos.
Em 1172 foi criada, na então leonesa Cáceres, a Ordem Militar de Santiago de Espada. Nesse mesmo ano D. Afonso Henriques “importou-a” para Portugal, que, por esta altura, ainda não era considerado um reino pela autoridade máxima da época: o Papa. A ordem veio a desempenhar um papel determinante no povoamento, defesa e exploração da região.
O domínio exercido pela Ordem de Santiago não facilitou o povoamento do Alentejo Litoral. Como resultado da abolição das ordens religiosas, formaram-se grandes latifundiários. A exploração agrícola vai ser, na generalidade, extensiva: pinhal e sobrado, com destaque para a área de Grândola e Santiago do Cacém, onde se chegaram a desenvolver algumas indústrias corticeiras. As culturas cerealíferas (em vastas planícies) e a pastorícia também assumiram relevância na economia da região.
A partir do séc. XIX, outra cultura vai nascer no estuário do Sado, estendendo-se até próximo do Torrão – o arroz, que vai provocar ondas migratórias (de beirões, galegos, algarvios e africanos) para responder à carência de mão-de-obra.
O trigo e a cortiça foram também responsáveis, a partir da segunda metade do séc. XX, pela atração de imigrantes e geradores de esperança nas pessoas da terra. Os arrozais expandiram-se depois da 2ª Grande Guerra, com a entrada em funcionamento dos regadios do sistema do Sado, e contribuíram para o isolamento e fragilização do território (criação de um proletariado rural misto de nativos e migrantes, introdução do paludismo, etc.). Alguns pescadores camponeses do litoral, na sua maior parte provenientes da Beira Litoral, foram-se deslocando ao longo da costa e constituindo novas comunidades, como a da lagoa de Santo André.
O facto de o caminho-de-ferro (Linha do Vale do Sado e Ramal de Sines) ter surgido apenas no séc. XX contribuiu para acentuar a sua condição periférica e isolamento. Até aí, o principal ponto de penetração era o rio Sado, sobretudo para os cereais.
A construção do pólo industrial e urbano de Sines-Santo André, o Plano de Irrigação do Alentejo e o conjunto de projetos turísticos para o litoral constituíram as principais iniciativas levadas a cabo desde 1950 para promover o Alentejo Litoral. A capacidade de fixação na terra foi, porém, reduzida. A partir dos anos 60, verificam-se vagas migratórias para Lisboa e emigratórias para África e Europa (a tendência inverteu-se).