Na mitologia grega, não havia donzela mais formosa em toda a Tessália do que Corônis. Apolo, uma das mais importantes divindades, apaixonou-se loucamente por ela e conceberam um filho. Durante a gestação, ela apaixonou-se por um mortal, o jovem Ischys. Quando Apolo soube da traição, sentenciou Corônis à morte. No momento em que a estavam a colocar sobre a pira, para ser queimada, Apolo arrancou do seu ventre o menino, ainda vivo. Assim, nasceu Asclépio confiado ao centauro Kiron, que se dedicou a ensinar-lhe medicina.
O menino cresceu e, com o tempo, adquiriu uma grande habilidade na medicina, descobrindo uma maneira de ressuscitar os mortos. Isto fez com que fosse denominado deus da medicina.
Asclépio apaixonou-se por Epione, que se tornou deusa da anestesia, aliviando as dores de quem padecia. Tiveram vários filhos:
- Machaon (cirurgião);
- Podaleirus (o dom do diagnóstico e da psiquiatria);
- Telésforo (o pequeno gênio da convalescença);
- Panaceia (a deusa dos medicamentos e ervas medicinais),
- Iaso (deusa da cura);
- Áceso (deusa dos cuidados e enfermagem);
- Aglaea (deusa dos bons fluidos, boa forma e beleza natural);
- Hígia (deusa da prevenção das doenças, que deu origem ao termo Higiene).
Machaon e Podalerius, seu irmão, foram os médicos dos gregos na Guerra de Tróia. Eram cirurgiões altamente valorizados que garantiram a sobrevivência de muitos soldados.
Para homenagear Machaon, a nossa Papilio foi honrada com o seu nome.
Localização Geográfica
Esta borboleta encontra-se na Europa, Ásia e regiões frias da América do Norte. Sendo relativamente frequente na Península Ibérica.
Morfologia Lagarta
A lagarta desta espécie apresenta riscas que alternam entre o preto e o verde cítrico, quase que fluorescente. As riscas pretas são salpicadas por pequenos pontos cor-de-laranja que se encontram ordenados, quer horizontal como verticalmente.
Quando se sentem ameaçadas, fazem sobressair um órgão glandular bifurcado, denominado osmaterium, que se assemelha a duas pequenas "antenas" alaranjadas. Este corpo exala um odor pungente e liberta um líquido tóxico, cuja função é afastar os predadores e evitar que a lagarta seja devorada por aves insectívoras ou outros predadores.
Apresentam atividade diurna, regendo-se pela luminosidade do sol.
Morfologia Borboleta
É uma notável borboleta amarela com lista dorsal escura, asas amareladas subdivididas em pedaços de cor amarela, preta e cinzenta. As segundas asas, as traseiras, têm cinco ou seis círculos azuis e um círculo de cor vermelha e azul, chamados "olhos", e um par de caudas salientes, semelhantes a andorinhas, em ambos os sexos, que lhe dão a designação. Tem uma envergadura de 8 a 10 cm.
Dispõem de um órgão especial, a espirotrompa, a partir do qual sugam o pólen das plantas de que se alimentam. Esta estrutura, quando em repouso, permanece enrolada, formando uma espiral.
A borboleta macho possui a parte terminal do abdómen mais alongada enquanto que a borboleta fêmea apresenta-se mais arredondada.
Ciclo Biológico
Estas borboletas voam de Março a Setembro, com um voo forte e rápido, fazendo uma pausa para pairarem sobre plantas em floração, para sugarem o néctar. Em climas do norte, mais frios, apresentam uma única geração anual; em climas temperados apresentam duas gerações, de abril a maio e de julho a agosto; em lugares mais quentes como o sul da Península Ibérica e Norte de África apresentam três gerações.
Durante a vida, a fêmea da borboleta Papilio machaon põe de sessenta a várias centenas de pequenos ovos, de tonalidade amarela. Estes ovos apresentam, quase sempre, desenhos característicos da espécie à sua superfície, mas, devido ao tamanho extremamente reduzido dos ovos, esses desenhos só podem ser observados com uma lente ou microscópio. A borboleta coloca os ovos em plantas de que as larvas se possam alimentar, tais como arruda, funcho, salsa e cenoura.
A eclosão destas minúsculas larvas, denominadas lagartas, ocorre cerca de uma semana após a postura dos ovos. São devoradoras vorazes e crescem rapidamente, até o limite propiciado por sua pele, quando então se revestem de novo envoltório, mudando de pele mais umas seis ou sete vezes, até chegarem à fase de lagarta adulta. Esta etapa demora , aproximadamente, um mês.
Quando cumprem o objetivo de atingir a "maioridade", param de alimentar-se e transformam-se em crisálidas.
As crisálidas das borboletas geralmente ficam expostas, sustentadas por uma pequena placa de seda, ou por uma espécie de filamento de seda que as mantém em posição vertical. Vivem assim por algum tempo, entre duas a vinte semanas, enquanto se processa sua transformação em borboleta. Completada a transformação, o invólucro fende-se deixando sair um inseto de seis patas e antenas dirigidas para a frente, que caminha um pouco, até alcançar um ramo, onde fica pousado, movendo suavemente as asas, que vão se estendendo aos poucos e adquirindo as cores típicas da espécie, enquanto as nervuras e membranas se enrijecem. Assim que as asas estejam firmes e secas, a nova borboleta lança-se, corajosamente, ao voo.
Muitas borboletas de ovos postos na primavera ou verão, comem e crescem como lagartas e transformam-se em crisálidas no começo do outono, e nesse estado passam todo o inverno. Na primavera seguinte, as borboletas surgem das suas crisálidas, para começarem uma nova geração.
Alimentação da Lagarta
A lagarta alimenta-se, principalmente, de plantas umbelíferas, tais como a arruda, funcho e salsa.
Obter sais minerais suficientes requer outras fontes de alimento. Por isso é comum ver muitas borboletas bebendo água parada e rasa, que absorveu os minerais do solo. Às vezes, as borboletas voam de uma poça e voltam para ela alguns segundos depois. Isso pode movimentar a água, trazendo mais minerais à superfície.
Mais informação e imagens sobre esta espécie em:
http://borboletasinterrogativas.blogspot.pt/p/borboletario_11.html