
As
linhas mestras desta cache começaram a ser delineadas há
muito, na madrugada de 14 em Agosto de 2004, quando eu, o
MAntunes, o MCA e o clcortez nos dirigíamos para uma bela
expedição à Fenda da Calcedónia, no Gerês.
Quando os
primeiros raios de sol começavam timidamente a despontar,
aproximámo-nos do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros.
Nesse local, pouco depois do cruzamento da A1 com a A23, ocorre um
importante acidente geológico que não pude deixar de descrever aos
meus colegas, despertando desde logo a sua curiosidade,
principalmente a do MAntunes.
Naquela zona,
depois de termos atravessado toda a planície da Bacia Terciária do
Tejo, começamos a subir a Serra de Aire e os seus afloramentos
carbonatados de idade jurássica que, em conjunto com os da Serra
dos Candeeiros e zonas envolventes, constituem o Maciço Calcário
Estremenho (MCE).
Mas
como é que estas formações geológicas, tão mais antigas que os
sedimentos da Bacia do Tejo, se encontram a uma cota tão mais
elevada? Ora aqui é que reside o interesse!
Acontece que,
nesta zona, o MCE se sobrepõe aos sedimentos da Bacia do Tejo
através de um importante conjunto de falhas de movimentação
cavalgante. Uma desta falhas é bem visível na barreira da
auto-estrada, pouco depois do início da subida, apesar de ter sido
revestida a pedra e consolidada, para evitar desprendimentos. Esta
curiosidade geológica agradou desde logo em especial ao meu colega
mais interessado que, desde esse momento, me começou a incentivar
para fazer uma cache nesse local, eventualmente chamada A View para
qualquer lado…
Poucos
quilómetros acima chegámos a outra curiosidade geológica, o Polje
de Minde, alagado pelo “Mar de Mira-Minde”, uma vasta "lagoa" que
se cria no polje de Minde quando chove abundantemente.
Os poljes
ocorrem em zonas de geologia calcária carsificada, em que a erosão
continuada fez estragos consideráveis no substrato rochoso, criando
densas redes de galerias subterrâneas, entre grutas e algares, por
onde se dá a circulação da água. Um polje comporta-se mais ou menos
como um enorme “alguidar” cheio de água, em que o escoamento se faz
por pequenos buracos no fundo (algares).

Neste caso
concreto, as águas acumuladas no polje de Minde são drenadas para a
periferia do Maciço Calcário Estremenho pelas nascentes dos rios
Lena, Alviela e Almonda, entre outras. Quando o entrada de água no
sistema é superior ao caudal permitido pelas nascentes, a água
eleva-se dentro da rede e inunda esta área deprimida que é o polje,
através de 2 ou 3 algares existentes na sua base, formando este mar
temporário. Uns tempos depois, com a diminuição da precipitação e a
continuação da drenagem, este "mar" acaba por se
esvaziar.
Com cerca de
2,5 quilómetros de cumprimento e mais de 800 metros de largura, o
mar de Mira-Minde pode proporcionar muitas horas de gozo aos
praticantes de desportos aquáticos. Com uma profundidade máxima que
chega a ser superior aos 15 metros na zona central, reúne óptimas
condições para o mergulho com botija. No verão o “falso lago”
desaparece, ficando reduzido a uns pequenos charcos de água
barrenta. O mesmo local onde de Inverno se faz canoagem,
transforma-se então numa pista de aterragem de parapente ou em
percursos de BTT.

Referencias /
References:
http://minde.eu/natura/home.html
A
cache:
E pronto, eis
que volvidos quase 3 anos finalmente cedi às insistências do
"chato" e aceitei colocar esta cache com ele, preparando eu o tema
e o texto e tratando ele da cache.
E aqui está
ela, num local com excelentes vistas sobre a Serra de Aire, a Bacia
do Tejo e, em especial para Norte, sobre o Polje de Minde. Se a
visitarem após grandes chuvadas, certamente encontrarão o “Mar de
Mira-Minde” em todo o seu esplendor!
Conteúdo
inicial:
.
stashnote
. caneta
. logbook
. documentação sobre o Polje de Minde (como tema adicional)
. boneco da imaginarium (leão da montanha)
. carrito (tipo hotwheels)
. magneto para porta frigorífico com gravura da Torre de
Belém
. lanterna de accionar à mão (não precisa de pilhas)

Aproximação
à cache:
Indicam-se duas
possíveis aproximações ao local da cache; uma mais soft e outra
mais dura:
Aproximação
soft/turística:
Estacione no local indicado para estacionamento na estrada que
atravessa a Serra pelo alto e dirija-se à cache. São apenas algumas
centenas de metros por terreno não muito difícil.
Aproximação
dura/aventureira:
Estacione no local indicado para estacionamento na estrada no fundo
da Serra, a Sul, entre as povoações "Moitas Venda" e "Serra de Sto.
António" e caminhe em direcção à pedreira ali perto. Passe do lado
esquerdo do portão, caminhe pela estrada de terra batida até à
pedreira e avance pela orla esquerda da mesma. A partir daqui,
tente seguir os waypoints aproximados e numerados até "10" e depois
a cache. Eles levá-lo-ão até ao cimo da Serra e depois por um
percurso ao longo da crista da mesma, sempre com visibilidade para
Norte. No regresso, use os mesmos waypoints em sentido inverso. Não
use os waypoints 11 a 20 - teria que atravessar uma floresta ardida
e ficaria um pouco enfarruscado na roupa, nas mãos e na disposição,
tal como ficou quem a colocou.
Para o percurso sugerido, ida e volta, calcule um total de 6 kms e
cerca de 3h. Não existem trilhos, apesar de aparecerem na carta
M888 - 319, mas eles estão cobertos com mato. Por isso, é mesmo
saltar de pedrinha em pedrinha tentando não pisar a ervinha.
Considere, ainda, mais um ponto na dificuldade do terreno. No
final, terá uma dor de pernas mas também a satisfação de ter
percorrido um percurso difícil mas muito interessante em termos de
paisagem e uma nova coleccção de excelentes fotografias.
Percurso no google earth (use apenas os
WPs aproximados de 1 a 10 e de 10 a 1)
Later
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