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Cobras, lagartos & cobrões [VVRodão] Multi-Cache

Hidden : 05/10/2007
Difficulty:
1.5 out of 5
Terrain:
4 out of 5

Size: Size:   regular (regular)

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Geocache Description:



Foz do Cobrão! É seguramente um nome de aldeia que desperta o interesse. Não foi a primeira vez que nos cruzámos com este nome e a curiosidade estava cada vez mais aguçada. Esta aldeia consta do projecto do Geopark Naturtejo, quando associada ao fenómeno geológico de interesse do Vale Mourão. Está também entre as Aldeias de Xisto, programa de dinamização de turismo rural. Existem dois percursos pedestres na zona, um deles ainda só planeado (zona da cache final). Recentemente é alvo dos chamados desportos radicais e tenho a certeza que ainda vamos ouvir falar dela por outros motivos, pois parece que um espírito vivo se apoderou deste local.

Foi com muito encanto que aproveitámos o dia em Foz do Cobrão. Prometemos cá voltar, porque ficou muito para ver e conhecer. Como percebemos o potencial deste local deixámos uma cache para também vos dar a conhecer mais um cantinho.

Para vos abrir o apetite deixamos aqui alguma da recolha feita. Infelizmente só parte dela é que tivemos o prazer de conhecer… para já!

 

A Aldeia

 

Antes de se encontrar com o rio Ocrezaa ribeira do Cobrão alimenta a vida na aldeia de xisto. Nesta aldeia com mais de 250 anos, de ruas tranquilas e casas de quartezitos e xistos, é possível ouvir o ribeiro a atravessá-la.

No diálogo com as pessoas da aldeia fomos convidados a conhecer algumas das cascatas e o motivo de maior orgulho: o lagar de Azeite. Este edifício encontra-se num dos recantos do serpenteante Cobrão e foi anteriormente uma fábrica de fiação movida a energia hidráulica.

Junto a Sobral Fernando, vizinha aldeia da outra margem do Ocreza, existem vestígios de explorações de ouro. Ouro esse que também foi alvo por parte dos romanos que aqui passaram.

Agora no Ocreza, bem perto da foz do ribeiro do Cobrão,  podem aproveitar o açude para banhos.

A igreja da Foz do Cobrão recentemente reconstruída viu agora nascer um restaurante, que vivamente aconselhamos, e um pólo de atracções para os viciados em adrenalina.

 

A biodiversidade

 

Quando aqui chegarem vão facilmente constatar os desníveis altimétricos. Estamos numa zona de poderosas cristas quarteziticas, que a custo e ao longo de anos foram vencidas pelos rios.

Os habitantes locais suavizaram as inclinações com gigantescos degraus para as suas oliveiras. Têm de comer destas azeitonas! Não só por homenagem ao trabalho empreendido, mas também pelo facto de serem uma iguaria.

Para além das oliveiras é o zimbro que aqui se aventura nas escarpas, domínio dos grifos. Também as cegonhas pretas, bastante mais esquivas que as que nos habituámos a ver em chaminés, voam pelos vales inacessíveis. E, claramente que o Ocreza é um dos redutos da lontra.

 

A geologia

 

Aqui temos material para mais uma earthcache! Geólogos, ponham os olhos e martelinhos nisto!

O vale Mourão é uma impressionante garganta escavada pelo rio Ocreza (conhecida por portas do Almourão).

Tememos em acrescentar mais do que isto. Aguardamos ansiosamente pelas lições dos entendidos. No entanto, para nós é claro que aqui a terra teve a força para moldar os duros quartezitos como uma criança facilmente brinca com plasticina. No fim ficaram as dobras e cristas para o rio acrescentar o seu toque de mestria e deixar uma paisagem de tirar a respiração. Venham só ver isto!

 

A Lenda

 

Andavam pai e filho à azeitona nas encostas do Almourão quando se lembraram do que tinham dito os mouros:

- Entre o Tejo e o Ocreza ficará a nossa maior riqueza.

Como na encosta do lado oposto batia o sol e este se reflectia na água, deixando perceber o contorno de uma carroça, logo eles pensaram que era de oiro e que se tratava do tesouro dos mouros.

O sol brilhava tanto e era tão amarelo que tudo parecia oiro. Depressa pensaram em ir buscar o carrinho de oiro à ribeira.

Iam tão contente que, já no cimo da encosta, disseram em voz bem alta:

-Quer Deus queira, quer Deus não queira, o carrinho já cá vai no cimo da barreira e amanhã já o levamos à feira.

Ao proferirem “Deus não queira” os bois e o carro começaram a recuar encosta abaixo, afundaram-se no poço do Almourão e ainda hoje lá estão.

 

A cache

A saída da A23 que devem usar é a de Vila Velha de Rodão. Depois devem rumar a noroeste passando por Alvaiade e Sarnadinha. À saída desta aldeia têm uma bifurcação. Sigam para a esquerda, para Foz do Cobrão (se forem para a direita têm um local onde se podem perder deliciosamente nas margens do Ocreza). Passem Chão das Servas e finalmente chegam a Foz do Cobrão (não confundir com a aldeia de Vale do Cobrão).

Aproveitem para conhecer esta aldeia de xisto e os seus encantos. Para saberem o que procurar é só ler acima. Aproveitem também para levar água para as coordenadas finais, certamente vão sentir a sede.

A cache encontra-se junto ao vale Mourão, num local de difícil acesso e sem caminhos assinalados. Sugerimos um caminho de terra batida, que sai junto à igreja em direcção ao rio Ocreza. Depois devem usar a imaginação e destreza para subir junto ao seu leito. É um percurso muito agradável visualmente, mas é seguramente complicado. Dependendo do caudal terão de contornar em altitude escarpas e eventualmente atravessar cascalheiras (amontoados de pedras que escorregaram encosta abaixo). A qualquer altura vão ser surpreendidos e recompensados pela paisagem das portas de Almourão. Se quiserem fazer a cache de uma forma mais ligeira podem usar o caminho que propomos de regresso. Consiste em usar a estrada de alcatrão a sul da cache. O desnível, entre a cache e a estrada, é suavizado pelos degraus das oliveiras, mas não deixa de ser de progressão complicada.

Coordenada final: N 39° 44.[Ano reconstrução da igreja – 1899] W 007° 45.[Ano construção da igreja – 1822]

 

 

Additional Hints (Decrypt)

Qronvkb qhzn crqen pbz znvf bh zrabf 2 zrgebf púovpbf - gnznaub qr hz ryrsnagr nqbyrfpragr qrvgnqb à fbzoen qr hz mvzoeb :)

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)