Muitas culturas no mundo inteiro incluem os Elementos nas suas tradições filosóficas, religiosas ou mitológicas. Temos referências aos Elementos nas “estupas” tibetanas, na filosofia e na medicina Ayurveda, na acupunctura, na filosofia chinesa, na antiga filosofia grega, na teoria renascentista dos quatro “humores” e dos temperamentos humanos, na tradição zen-budista e na cosmogonia suméria, por exemplo. Em todas elas, os Elementos são considerados, não como símbolos ou conceitos abstractos, mas como as energias fundamentais do Cosmos: as forças vitais que compõem toda a criação.
Cada Elemento representa um tipo básico de energia e consciência operando em cada um de nós. E porque toda a vida é uma manifestação dos Elementos, podemos fazê-los corresponder a diversos aspectos da realidade. Eles correspondem, por exemplo, às necessidades básicas de qualquer organismo avançado: alimento (terra), ar, água e calor (fogo). Na Grécia Antiga, os Elementos correspondiam às faculdades do Homem: física (terra), intelectual (ar), estética ou emocional (água) e moral ou espiritual (fogo).
O Elemento Terra corresponde à função Sensação e é o Elemento mais estável e seguro - energeticamente, aquele com a vibração mais lenta e por isso mais densa. A Terra é o mundo do corpo, dos sentidos físicos e dos próprios objectos com os quais nos relacionamos.
É a Terra que dá forma e confere realidade, solidez, estrutura, a tudo o que existe. Por isso a Terra está associada às formas - porque é com as formas q ue contactamos antes de perceber a essência que as anima. Porque a Terra se polariza nos sentidos, tende a apegar-se à sua necessidade de segurança sobre o real e desconfia de tudo o que não pode ver, tocar, cheirar. Tudo o que apela aos sentidos e ao prazer físico que nasce da relação com a matéria é um apelo à Terra que existe em cada um de nós.
A falta de afinação com o elemento Terra fala-nos da dificuldade em lidar com as questões práticas da sobrevivência, em suprir as necessidades de abrigo e sustento, em alimentar convenientemente o corpo físico, em cumprir com as obrigações do quotidiano, enfim - é não ter “os pés bem assentes” ou “plantados no chão” como diz, sabiamente, o nosso povo. |