For a googlish translation of this text, please
click here. If you're still lost, just
drop us a line.
Enquanto pesquisávamos a informação necessária para apresentar
esta cache, fomo-nos apercebendo da verdadeira importância destas
árvores, e da paixão que vêm evocando desde há décadas. Porque
outros o souberam dizer melhor do que nós nos atreveríamos sequer a
tentar, aqui vos deixamos as suas palavras.
"Esses pinheiros, pioneiros do
litoral, formando os “batalhões”, são a guarda avançada, os
sacrificados (…), a bem dos seus irmãos já distantes do mar. A sua
missão consiste na segurança das areias e poderão vir a dar lenhas,
resinas, peças para carroçarias, mas nunca se deverão abater senão
em pequenas parcelas (...), como os que se praticaram no Pinhal de
Leiria, com bons resultados, mas estes mesmos a um mínimo de 500 m.
da linha das marés."
Engº Arala Pinto, chefe da circunscrição florestal
do Pinhal de Leiria entre 1927 e 1957


 |
Aos Pinheiros das Dunas
O que a vida fez
de vocês,
velhos pinheiros da minha infância,
árvores de ânsia!…
O que a crueza de mil invernos,
as tormentas todas esguedelhadas
de vendavais
de inferno,
fizeram desses corpos de tortura
e de aflição,
- que tanto ansiais
por fugir desse chão!
Em pequeno metieis-me medo;
minha Mãe ria e dizia - Medroso! -
Que querem? Vocês faziam-me nervoso;
e só muito mais tarde, meus amigos,
deixei de vos olhar como a perigos,
como a cobras de horror.
Só mais tarde entendi vosso segredo
e compreendi a trágica beleza
da vossa dor!
Ó marinheiros pinheiros,
gageiros da tempestade!
Náufragos arrojados
à duna! Cristos pregados
na areia que vos tem crucificados:
- fazieis-me dor e saudade,
a saudade de mim, a mais cruel,
meus pinheiros de Moel!
A saudade do tempo
em que vos eu temia,
porque, inocente, ainda não sabia,
Ó trágico-marítimos!,
que sofreis e suais
e morreis de guardar
a floresta que vive e reverdece
e cresce
à sombra desse lento agonizar.
O que a vida fez
de vocês,
velhos amigos da minha infância
que eu amo como avós.
Como tudo vai longe na distância…
Amigos, o que a vida faz de nós!…
Afonso
Lopes Vieira, poeta |
Estas palavras foram escritas no tempo dos nossos
avós. Hoje, a maioria dos pinheiros rastejantes desapareceram. Como
linha avançada de protecção da floresta, estas árvores não têm uma
vida fácil! Por acção do fogo e do homem - arrancadas e cortadas
aos bocados para “embelezar” jardins, poucas sobreviveram o tempo
suficiente para que hoje as possamos admirar.
Quanto aos que restam, apesar de
protegidos por decreto lei, não deverão sobreviver até ao tempo dos
nossos netos… Pedimo-vos que os admirem com o respeito que
merecem!
Podem e devem estâncionar o carro na coordenada fornecida, depois
fazer uma pequena caminhada, cerca de 150 metros ao longo da
estrada, até á cache ...ao longo dessa caminhada poderam observar
varios exemplares..... boas cachadas