Mondadeiras de V. de Maceiras sobre 99 passadeiras
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Difficulty:
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Terrain:
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Size: 
(regular)
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MONDADEIRAS DE VALE DE MACEIRAS Pela madrugada, Um rancho de
mondadeiras Rasga veredas, enlameadas. Passo a passo, passo
esforçado, Levam no pensamento as passadeiras, Outeiro do Pinheiro,
Alto das Tornas, o monte e a eira. Longo é o caminho, grande é a
canseira, Quartel Peniche e o Poceirão, Penêdo Gordo, passo cansado
com os olhos no chão. Juntas e mábarrete, eis a ribeira. Noventa e
nove passadeiras. Bate mais forte o coração. Três passos em frente,
três passos atrás. Passa que passa, passa não passa, salta que
passa, Até que passa a indecisão. Caminham por carreteiras, vão
desquadrilhadas, Pedem ao guarda, que esteja alerta, Que avise o
manageiro, na hora certa. Protegem o pão, sempre curvadas, Rezam
uma oração à Senhora do Rosário, Para que o regresso, não seja um
calvário, E as passadeiras não estejam tapadas. É hora da solta,
novo desafio. A Ribeira Grande, mais parece um rio. Vêm os
carreiros, auxiliar na passagem. É grande a aflição, apesar da
coragem, Naquela força, não tinham mão, Os carros cediam, as mulas
flanqueavam, A água chegava a meio dos taipais. Grande confusão,
gritos e “Ais”. Já na outra margem, dão graças a Deus. Todos se
salvaram. O que mais temiam, não aconteceu. Regressam a casa, já
noite serrada, Os filhos choram pela mamada. Passo a passo, passo
esforçado. Com o rosto marcado, de tanta canseira, Estão a um passo
de chegar à Lameira, E a da frente, ao ver a sua gaiata, Diz com ar
sorridente, “Filha, já ganhei mais uma lata”. Cuidam dos filhos, é
hora da ceia, Açorda de poejos, à luz da candeia. A noite fria fica
calada. Na madrugada, Toca o buzino, para nova jornada. Dinis
Balejo
Additional Hints
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