A actual sede de concelho nasce na época da 2ª. Cruzada, quando, em São João de Jerusalém, na Terra Santa, é fundado um hospital que irá receber os peregrinos doentes, estropiados e vítimas, por vezes, de ataques e assaltos em tão longa caminhada que os levará junto do Santo Sepulcro.
A existência de um monumento megalítico no “Pinheiro dos Abraços”, a 3 km. da cidade, assegura-nos, porém, que a região de Oliveira do Hospital era já habitada na pré-história, entre 5.000 e 2.000 A .C.
O primitivo nome da povoação havia sido Ulvária, que significa terreno alagadiço onde há ulvas (plantas que se desenvolvem naquele ambiente); de Ulvária terá derivado para Ulveira ou Hulueira e daqui, por analogia, deturpação ou afinidade sónica, para Oliveira. O nome “do Hospital”, ou “do Espital” resulta exactamente da atribuição de uma Comenda à Ordem dos Monges de São João de Jerusalém, a Ordem dos Hospitalários.
Os Monges desta Ordem (a mais importante e estimada das três Ordens militares que se fundaram em Jerusalém após a tomada e recristianização desta cidade pelos Cruzados, a 15 de Julho de 1099), pela relevância da sua benemérita vocação, não só se espalharam pelos diversos territórios onde a reconquista cristã ainda não tinha terminado, como também, por reconhecimento do seu mérito, são prodigamente amparados pelas frequentes doações e heranças com que reis e grandes dignatários da corte os contemplam. Foi assim que, no ano 1120 ou 1122, segundo referem alguns autores, a rainha D. Teresa, na menoridade de seu filho D. Afonso Henriques, fez doação de um povoado chamado Vlueyra do Spital aos cavaleiros da Ordem dos Hospitalários.
José Anastácio de Figueiredo, ilustre historiador do séc. XVIII, escreveu que no Antigo Repertório, Registro ou Inventário do Cartório de Leça, datado do reinado de D. Afonso IV, se achavam referências às primeiras doações feitas pela rainha D. Teresa à referida Ordem, e que, a fls. 13, vol. 2, n.º 189 desse Inventário se lê ter existido uma “Doação que fez a Rainha Dona Tareyia ao Spital derdade q auia ê ssea antre a bouedela & hulueira”.
Essa herdade, sita a ocidente de Ulveira, mas no seu termo, foi o embrião que, desenvolvendo-se, veio a dar uma das mais importantes comendas que a Ordem dos Hospitalários possuiu em Portugal. E supõe-se mesmo que era exactamente em Oliveira do Hospital que a Ordem de Malta tinha a sua sede ou convento principal, implantado no local onde actualmente se encontram o edifício dos Paços do Município e a Igreja Matriz.
Principiou a ser chamada Ulveira do Espital, decorando-se com o nome da Ordem a que pertencia, e os seus habitantes, caseiros ou foreiros dos Hospitalários, eram comummente designados pela denominação específica de homens do Espital.
Mais informação poderá ser consultada num texto publicado na publicação semanal "Voz de Oliveira" a 4 de Agosto de 1934 em http://www.oliveiradohospital.com/historia.htm
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