FISGA TEJO
DO
Por entre Açudes e Noras, ao longo da
ribeira do Fivelo. Há 670 milhões de anos, esta região era um mar
interior de águas pouco profundas, onde se foram depositando
sucessivas camadas de argila. Estas emergiram formando colinas
xistosas de declives acentuados. A pedra, fácil de trabalhar, foi
utilizada na construção de muros, casas, abrigos, lagares de
azeite, moinhos e azenhas.
Ao longo do percurso pesdestre
encontramos uma série de açudes e noras, algumas delas remontando
ao periodo mediéval. com que se fazia o aproveitamento das águas da
ribeira e das chuvas. A água era bombeada pelas noras (através dos
alcatruzes) para um canal elevado, voltando para ao açude pela
acção da gravidade após ter sido utilizada na rega de hortas.
Nesta região, a apicultura é uma
actividade com tradições. A sua produção tem aumentado em
consonância com a extracção e comercialização deste produto
natural. No percurso passamos por muros apiários, construções em
pedra para proteger as colmeias das incursões de mamíferos. Alguns
existem desde a Idade Média e ainda se encontram em
funcionamento.
Um dos pontos mais interessantes do
percurso é atravessar a Fisga do Tejo, uma fenda artificial com
aproximadamente 10 metros de altura, feita com o propósito de
desviar o curso da ribeira do Fivelo. Junto à fisga o percurso
indica a existência de uma anta. Embora não a tenha encontrado (?),
a cache está escondida perto de umas formações rochosas semelhantes
a antas.
O percurso PR6- Rota dos Açudes é um
percurso de pequena rota circular, começa e termina em Salavessa.
Está integrado na Naturtejo, o
primeiro (e único) GeoPark em Portugal. Um Geoparque é uma área que
contem um número significativo de sítios de interesse geológico com
particular importância, raridade ou relevância estética. Estes
sítios que reportam a memória da Terra fazem parte de um conceito
integrado de protecção, educação e desenvolvimento sustentável. São
uma iniciativa da UNESCO, actualmente existem 53 geoparques na
Europa, Irão, Brasil e China.