A Cache situa-se nas imediações do
Palvarinho, próximo da Capela de S. Lourenço, a cerca de
12 km de Castelo Branco. As coordenadas publicadas são as da
localização da Capela, e de mais duas Lagaretas, caso queira ver
outros exemplares. Recomenda-se que para visitar estas últimas,
tenha especial cuidado com alguns cães de guarda, soltos, junto às
propriedades. |
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Parking |
Capela de S.
Lourenço |
N 39º51.925 W
007º33.789 |
Cache |
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Passeio |
Lagareta |
N
39º52.260 W 007º33.584 |
Passeio |
Lagareta |
N
39º52.263 W
007º33.552 | |
Nas imediações da
Capela de S. Lourenço, pertencente à freguesia de
Salgueiro do Campo, foram identificadas pela arqueóloga da Câmara
Municipal de Castelo Branco, Sílvia Moreira, cerca de 20 lagaretas,
ou seja, monumentos arqueológicos, escavados na rocha, utilizados
no fabrico do vinho, a que a tradição popular chama pias ou
lagariças dos mouros. |
As lagaretas
encontram-se espalhadas por todo o país, particularmente
em Trás-os-Montes, Beiras e nalgumas zonas de Espanha. Não se sabe
se essa incidência corresponde a uma maior intensidade de cultivo
da vinha ou apenas, a uma maior abundância do granito, uma rocha
muito mais resistente à erosão do que as rochas dominantes no sul
do país, como o calcário e o xisto. Segundo o historiador António
Roxo, no séc. XIX, a freguesia de Salgueiro do Campo possuía cerca
de 203 hectares de vinhedos, seguindo-se a freguesia de Castelo
Branco com 162 hectares e Tinalhas com 120 hectares, o que
demonstra que a região de Palvarinho terá tido grande importância
na produção vinícola. |
As lagaretas
podem apresentar várias dimensões, sugerindo uma certa evolução
tecnológica ao longo dos séculos. A sua tipologia assenta em três
partes essenciais: o piso, o pio e o prato. O piso
é uma cavidade de forma trapezoidal, em regra com 2 ou 3 metros de
comprimento, 40 a 50 cm de largura e 30 cm de profundidade, com uma
ligeira inclinação no sentido do pio, com o qual comunica através
de um orifício com cerca de 5 cm de diâmetro ou por um sulco com as
mesmas dimensões. O pio é, em regra, mais pequeno
e profundo e de forma poligonal ou circular. Disposto ao lado do
piso encontra-se o prato, de superfície plana, de forma circular,
com cerca de 1 metro de diâmetro que comunica com o pio através de
vários sulcos abertos na rocha. O modo de funcionamento das
lagaretas não deixa quaisquer dúvidas. No piso seriam deitadas e de
seguida esmagadas as uvas com os pés. Devido à sua inclinação o
mosto escorria facilmente para o pio onde era recolhido em cântaros
de barro, sendo depois transportados para vasilhas maiores, onde
ocorreria a fermentação. O prato serviria de base
a um sistema de prensagem rudimentar, onde seriam prensados os
bagaços provenientes do piso. |
Quanto à
cronologia das lagaretas do Palvarinho remontam ao século
XI/XII uma vez que apresentam características tipológicas mais
sofisticadas como cavidades para fixação de estruturas de madeira e
vários pratos. Outro dos elementos que nos conduzem a esta
conclusão é a data de 1182 referente à Capela de S. Lourenço. Deste
modo, a origem destas lagaretas coincide com a fundação da Capela
de S. Lourenço, evidenciando um forte complemento cultural, social
e religioso através do seu uso comunitário. |
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Agradecimentos a Rita Pereira e
Arqueóloga Sílvia Moreira pela disponibilidade e amabilidade nas
explicações, para a execução desta Cache.
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