A Linha de Outrora
Esta
Cache vai levá-los até à Ponte de Jerusalém do Romeu. Era um "hot
spot" dos fotografos de comboios que nos anos 70 vinham de toda a
Europa a Portugal fotografar a sua bela tracção a vapor. Este troço
hoje já está desactivado, mas a ponte tem sido "conservada". A
linha de via estreita do Tua foi construída no final do século XIX
e início do século XX, desde a Foz do Tua até Bragança, numa
extensão total de cerca de 134 Kms.
O troço
de cerca de 81 Kms entre Mirandela a Bragança foi desactivado em
1991, sem que pouco tempo antes se tenham gasto cerca de 1,5
milhões de euros ...
Os
primeiros 20 Kms da construção entre a Foz do Tua e Mirandela foi
concluída apenas em 1881 devido à sua grande dificuldade de
execução e só em 1905 foi completada até Bragança representando uma
grande melhoria na mobilidade das populações da região.

A História:
1878 - Apresentação de dois projectos
para a construção de uma linha de caminho de ferro pelo vale do
Tua. Engenheiro João Dias (margem direita), e engenheiro António
Pinheiro (margem esquerda)
22 de Junho de
1882 - Apresentação pela Câmara Municipal Mirandela à Câmara
dos Pares do pedido de aprovação do projecto de lei para a
subvenção de 135 contos de réis para cobrir a garantia de juro de
5% para a empresa que construísse a via. Tiveram o apoio de várias
personalidades do Comércio do Porto, de entre as quais se destaca
Clemente Meneres, considerado um dos pais da Linha do Tua, e
personalidade das mais ligadas a esta linha.
11 de Janeiro de
1883 - A CM Mirandela apela a El Rei D. Luís I, juntamente com
a Associação Comercial do Porto, para a aprovação do projecto de
construção da Linha do Tua. Este grupo de pressão manteve o poder
comercial da zona do Douro, contra o desejo de se desviar as
principais rotas para a Linha da Beira Alta, potenciando o sucesso
fundamental das Linhas do Douro e do Tua.
26 de Abril de
1883 - É lançado em Carta de Lei o concurso para a construção
da via férrea do Vale do Tua, sendo o vencedor o mesmo grupo
responsável pela construção da Linha do Dão, a 2ª Via Estreita do
país, sendo a figura maior o Conde da Foz.
Dezembro de 1883
- O contrato é
trespassado à Companhia Nacional, por inabilidade do anterior grupo
para a execução do projecto.
26 de Maio de
1884 - Adjudica-se a obra à CN por decreto
governamental.
30 de Junho de
1884 - Assinatura do contrato definitivo pela
CN.
16 de Outubro de
1884 - Arranque das obras da via, em Mirandela. Depois de pouco
tempo, o engenheiro é forçado a desistir, ao não revelar firmeza
para a liderança da força de trabalho conflituosa, e ao mesmo tempo
dirigir a obra, que revelava ser um desafio enorme. É substituído
pelo açoreano Dinis da Mota, cuja assinatura passaria ainda pela
Linha do Dão.
27 de Outubro de
1887 - Inauguração da Linha do Tua, entre o Tua e Mirandela,
com a locomotiva Trás-os-Montes, tripulada pelo engenheiro
Dinis da Mota. D. Luís I e o Príncipe Real compareceram às
concorridas cerimónias na estação de Mirandela.
1899 - Reorganização dos Caminhos de
Ferro em Portugal, e criação do Fundo Especial dos Caminhos de
Ferro, que possibilitou um relembrar do reatamento das obras rumo a
Bragança.
1901 - Uma firma inglesa mostra
interesse em construir o troço Mirandela - Bragança, e ainda um
ramal de ligação às minas de Vimioso, mas o processo não avança e
cai rapidamente no esquecimento.
24 de Março de
1902 - É firmado um contrato provisório de construção com
aquele que ficaria celebrizado numa estela na estação de Bragança,
e com a avenida que começa neste edifício, como o "arrojado
empreiteiro do caminho-de-ferro Mirandela-Bragança", João da
Cruz.
20 de Julho de
1903 - A CN, depois de João da Cruz, pela dimensão da obra, lhe
ter trespassado o contrato de construção, e depois de uma reunião
promovida pela CM Bragança, onde figurou o incansável patrono da
Linha do Tua Conselheiro Abílio Beça, relança a construção final da
via para Bragança. João da Cruz será o engenheiro-chefe e
empreiteiro da obra; virá a falir com este esforço.
02 de Agosto de
1905 - O Comboio chega ao Romeu.
15 de Outubro de
1905 - O Comboio chega a Macedo de Cavaleiros.
18 de Dezembro de
1905 - O Comboio chega a Sendas.
14 de Agosto de
1906 - O Comboio chega a Rossas.
01 de Dezembro de
1906 - O Comboio chega a Bragança. Bragança não é estação de
topo, mas as obras acabam para não mais serem reatadas, de modo a
levar a Linha do Tua até à Puebla de Sanábria [Espanha].
27 de Abril de
1910 - Morre na estação de Salsas o Conselheiro Abílio Beça,
trucidado pelo comboio que tão incansavelmente tinha lutado para
trazer à capital de distrito.
Década de 1940
- A Linha do Tua
passa para a CP.
15 de Dezembro de 1991 -
Encerramento do troço Mirandela - Macedo de Cavaleiros. Entram em
funcionamento autocarros de substituição para transbordo, deixando
o troço Macedo de Cavaleiros - Bragança isolado do resto da Linha
do Tua;
17 de Dezembro de 1991
- Descarrilamento em Sortes, danificando a
locomotiva e fazendo um ferido. O troço Macedo de Cavaleiros -
Bragança é encerrado "por questões de segurança";
18 de Dezembro de 1991
- Populares sequestram os autocarros de substituição
nos Cortiços, e cortam-se ainda estradas em Fermentãos e Salsas,
como protesto pela falta de comboios. Em Lisboa reunem-se autarcas
da região servida pela Linha do Tua e a CP, de onde se declara que
"a Linha do Tua não será encerrada";
14 de Outubro de 1992 - Noite do Roubo: de
madrugada, sem aviso prévio, com escolta policial e um apagão nas
comunicações rádio e telefone, é retirado por via rodoviária o
material circulante estacionado nas estações de Bragança e Macedo
de Cavaleiros. A operação, que custou 12 mil contos, foi
justificada como necessária "para reparação do material
circulante". Até hoje, os comboios não voltaram a
Bragança.
28 de Julho de 1995 - Inauguração do Metro de
Mirandela, a operar entre as estações de Mirandela e Carvalhais, no
troço encerrado há 3 anos. Foi a primeira reabertura de linha a
manter-se até aos nossos dias; O projecto prevê a exploração até ao
Cachão.
2001 - Saem de circulação as
locomotivas Alsthom e as carruagens "napolitanas", e o Metro de
Mirandela (empresa municipal participada pela C.P., E.P.) passa a
explorar toda a via, desde o Tua até Carvalhais. Mudança radical
nos horários, e introdução, temporária, de autocarros de
substituição. Início das obras de reconversão da estação de
Bragança.
24 de Janeiro de
2004 - Inauguração da estação rodoviária de Bragança, no
edifício da estação ferroviária e espaços adjacentes.
In: História da Linha do Tua (excerto dos
apontamentos do Padre Ernesto Augusto Pereira
Sales)
In: Excerto do “Guia de Portugal -
Trás Trás-os os-Montes e Alto Alto-Douro Douro, II – Lamego,
Bragança e Miranda Miranda”

A Cache
Trata-se de uma Cache de tamanho Regular com logbook e os habituais
objetos para troca. Aconselhamos alguma prudência no acesso ao
local dado que está parcialmente obstruído por pedras e junto à
ponte respeitem a sinalização existente.
ATENÇÃO
Pedimos
que voltem a colocar a Cache no sítio e da forma como a
encontraram.