SIMÃO
DE ANDRADE

Muito pouco se
sabe sobre a longa e surpreendente história dos piratas e corsários
portugueses. Ao contrário dos ingleses e franceses os
mesmos nunca foram assumidos como heróis, sendo sempre encarados
como personagens incómodas na suposta Missão de Portugal no
Mundo.
No século
XVIos
portugueses praticam em larga
escala a pirataria no Oriente, numa guerra sem quartel,
nomeadamente contra os
muçulmanos
. Entre os mais conhecidos piratas portugueses do Oriente, conta-se
o fidalgo Simão de
Andrade
que entre muitas outras façanhas contam-se os saques que praticou
na China (1519).
A literatura
portuguesa da época, como a Peregrinação (1583) de Fernão
Mendes Pinto, contém inúmeros relatos destas acções de
pirataria.
Fidalgo em Portugal, pirata na China -
Simão de Andrade
tinha descendência de família nobre portuguesa. Foi educado como
era costume no século XVI, cresceu convencido de que pertencia a
uma classe de gente a quem tudo era permitido.
De certo modo
sim, pois um nobre tinha todos os direitos e uma única obrigação:
ser forte, ser corajoso. Simão ainda jovem, partiu para a Índia com
o seu irmão mais velho.
Os dois irmãos
fizeram uma dupla extraordinária. Destemidos, valentes, cumpriram
rigorosamente as instruções familiares, cobrindo-se de
glória.
Tomaram parte na
conquista de Goa, Ormuz e Malaca, onde Simão teve ferimentos
graves, dos quais depressa se recuperou. O governador da índia,
Afonso de Albuquerque, embora fosse muito exigente e severo com os
seus homens, acabou por tolerar o feitio conflituoso e
insubordinado de Simão, porque este lhe prestava os melhores
serviços na guerra. Nunca o dispensava nas expedições mais
perigosas.
A vida de Simão
foi em realidade uma grande aventura.
Em 1518, depois
de uma série de peripécias que o levaram a passar algum tempo na
prisão, pediu que o deixassem partir para a China, de onde o seu
irmão regressara no ano anterior, riquíssimo. Quando obteve a
autorização, partiu e instalou-se na ilha de Tamou, comportou-se
como um verdadeiro tirano. Os chineses temiam-no, odiavam-no e
descreveram-no como um autêntico pirata. Não esteve muito tempo em
Tamou mas enriqueceu rapidamente. Regressou à Índia fugido, por se
ter recusado a pagar impostos e por se ter atrevido a dar uma sova
num Mandarim. Na sequência desses acontecimentos foi pregado na
porta de cantão um édito imperial escrito em caracteres dourados,
que proibia a entrada de «homens de longas barbas e grandes olhos».
De novo na Índia, Simão obteve o governo da cidade, de Chaul, onde
se rodeou de luxo desmesurado. Ainda participou em mais batalhas,
demonstrando sempre a mesma coragem frente ao inimigo. Depois de 20
anos no Oriente, voltou a Portugal. Esperava-o a mulher com quem
tinha casado por procuração, era uma menina nobre, como não podia
deixar de ser!
A cache encontra-se no litoral onde sucedem-se locais de
interesse geológico.
Aproveite o passeio e
ponha à prova os conhecimentos que adquiriu dos nossos professores
Dr. Daniel Oliveira, Dr. Paulo Fonseca e Dr. Paulo Henriques.