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cache faz parte do conjunto de caches “Origem do nome Sintra”
Domínio Muçulmano
Durante o domínio
muçulmano surgem os primeiros textos que referem explicitamente a
Vila de Sintra (Xintara ou Shantara em árabe). Sintra é apresentada
no século X pelo geógrafo Al-Bacr, fixada por Al-Munim Al-Himiari,
como «uma das vilas que dependem de Lisboa no Andaluz, nas
proximidades do mar». Outros textos assinalam-na como o centro
urbano mais importante logo a seguir a Lisboa, neste território.
Sintra «uma das regiões onde as maçãs são mais abundantes (...) [e]
atingem uma tal espessura que algumas chegam a ter quatro palmos de
circunferência» (Al-Bacr), Lisboa a Al-Usbuna que foi durante o
período de ocupação muçulmana um importante centro económico de tal
dimensão que o cruzado Osberno, à data da reconquista, se lhe
referiu como «o mais opulento centro comercial de toda a África e
de uma grande parte da Europa» Principal núcleo urbano e económico
logo a seguir a Lisboa, a Vila de Sintra e o seu Castelo foram
durante a Reconquista, no século XI, várias vezes assolados pelos
exércitos cristãos. O rei Afonso VI de Leão na sequência da queda
do califado de Córdova numa conjuntura de instabilidade entre as
diversas Taifas muçulmanas da Península e da decisão do rei de
Badajoz Al Mutawakkil, de se colocar sob sua protecção face à
ameaça almorávida, após um período de hesitação entre 1090 e 1091,
recebeu deste na Primavera de 1093 as cidades de Santarém, de
Lisboa e o Castelo de Sintra. Afonso VI tomou posse das ditas
cidades e do castelo de Sintra entre 30 de Abril e 8 de Maio de
1093. Lisboa foi pouco depois da entrega a Afonso VI conquistada
pelos almorávidas, assim como Sintra, só resistindo Santarém devido
aos esforços de D. Henrique de Borgonha, nomeado conde de Portucale
em 1096, em substituição de Raimundo de Borgonha. É neste contexto
de manutenção da fronteira do Tejo que, em Julho de 1109, o conde
D. Henrique reconquista o Castelo de Sintra. Esta fortificação foi
ainda alvo de surtidas esporádicas, caso do assalto comandado pelo
príncipe Sigurd, filho do rei Magnus da Noruega que, de passagem em
cruzada à Terra Santa desembarcou na foz do Rio de Colares. Só após
a conquista de Lisboa por D. Afonso Henriques em 1147, Sintra -
cuja guarnição do castelo se entrega ao rei em Novembro — é
definitivamente integrada no espaço cristão, no contexto da
conquista de Almada e Palmela. Logo após a tomada de posse do
Castelo, D. Afonso Henriques aí funda a igreja de São Pedro de
Canaferrim. Em 9 de Janeiro de 1154 D. Afonso Henriques outorga
Carta de Foral à Vila de Sintra com as respectivas regalias. A
Carta de Foral estabelece o Concelho de Sintra, cujo termo passa a
abranger um vasto território, mais tarde dividido em quatro grandes
freguesias: São Pedro de Canaferrim, com sede paroquial junto ao
Castelo; São Martinho, com sede paroquial no centro da Vila; e
Santa Maria e São Miguel, ambas com sede paroquial no Arrabalde.
Nestes primórdios, existia na Vila de Sintra uma significativa
comunidade de sefardins, que dispunha de sinagoga e de bairro
próprio, a Judiaria - designação que chegou aos nossos dias na
toponímia do Centro Histórico. Referem, os documentos, também a
existência de mouros-forros dos quais existia uma comunidade
importante em Colares, cuja subsistência ainda é referida no
reinado de D. Dinis. Outra documentação assinala numerosos
antropónimos de tipo Godo, reminiscências dos cruzados ou das
gentes do Norte da Península, chegados com a reconquista de D.
Afonso Henriques. Alguns nomes de cariz moçárabe, menos frequentes,
ou latinos, apontam para antigas populações autóctones.
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