
Termas do
cró
O
complexo termal do Cró está situado entre as freguesias da Rapoula
do Côa e do Seixo do Côa, a 15 km para a norte do Sabugal. O local
é atravessado pelo ribeiro do Cró também conhecido por ribeira do
Boi (sendo este um dos afluentes da margem esquerda do rio Côa) que
efectua a separação entre as duas freguesias e pode ser cruzado
através de uns pontões.
Estas
águas medicinais poderão ter uma utilização antiquíssima, pois
existem alguns indícios (cerâmicas de construção e moedas) que
apontam para uma possível presença no local em período romano, no
entanto, a referência mais antiga ao Cró é de 1726, da autoria de
Francisco da Fonseca Henrique, que já então falava dos notáveis
efeitos curativos dos banhos destas águas e da necessidade de se
criarem aí instalações apropriadas.
Desde sempre a nascente despertou grande interesse na região,
sendo um dos primeiros grandes entusiastas do melhoramento das
condições de captação de água do Cró, e que para tal não se poupou
a esforços, José Dinis da Fonseca, chegando mesmo a mandar efectuar
os primeiros exames das águas na Academia Politécnica do Porto, em
1891.
As termas foram então continuando a ser usadas pelas mais diversas
pessoas, vindo mesmo algumas de fora do país, e em 1909, Guilherme
Ivens Ferrás, tentou implementar um primeiro projecto sério de
reestruturação e exploração do local e das suas águas que, por
vários motivos, não foi para a frente.
Somente
em 1935, durante a gerência de António Monteiro e Joaquim Manuel
Antunes, se construiu um balneário. Para além deste, formavam parte
do complexo termal, a igreja da Senhora dos Milagres, a Pensão dos
Milagres (onde os banhistas se alojavam durante a época balnear e
tomavam as suas refeições), o antigo posto telefónico e de
correios, os poços de armazenamento de água termal e algumas casas
que pertenciam a pessoas de maiores posses, que aí iam tomar
banhos. Os edifícios pertencentes ao complexo termal estão
dispersos pelas duas margens do ribeiro, em ambas
freguesias.
Esta administração manteve-se à frente dos destinos das termas do
Cró até 1955, altura em que estas foram vendidas à sociedade de
Alberto Dinis da Fonseca, Joaquim da Fonseca e Aureliano Dias
Fernandes, coincidindo então com o período áureo do Cró. O abandono
da gestão das termas por parte da sociedade veio a ocorrer na
década de 70, mais concretamente em 1974, ano em que a sociedade se
considerou incapaz de abrir a estância, tais eram as dificuldades
financeiras, pois os prejuízos começaram a acumular-se. Uma vez
abandonada a exploração, os edifícios foram votados ao abandono e
sujeitos a pilhagens e actos de vandalismo.
A Câmara Municipal do Sabugal comprou o local e os seus imóveis
aos anteriores proprietários, em 1980, e iniciou uma nova era de
reabilitação e dinamização das termas do Cró. ocalizadas em montes,
Pena de Garcia e Pena
Maior.
INFORMAÇÕES CALDAS DO CRÓ
Características
da Água: Água Sulfúrica Sódica; 23º Graus; 30 metros de
profundidade;
Indicações
Terapêuticas: Reumatismos, dermatoses, afecções
respiratórias;
Técnicas
Terapêuticas: Hidromassagem, jacto, cama de vapores, irrigador
nasal, aerossol; pulverizador;