CASA DA AVELEDA
Sobre a origem do nome Aveleda, a tradição germano-celta contava que as profetisas que previam o futuro e eram oferecidas aos deuses para engrandecer o seu povo, eram apelidadas de “Velledas”. Esta seria a morada de uma tal sibila…
Se bem que a Quinta da Aveleda existisse há longa data, o ano de 1671 marca a edificação da actual Capela anexa à casa.
No século XVI, Gonçalo de Meirelles Freire, licenciado em Leis pela Universidade de Coimbra e Desembargador no Paço, institui por testamento um Morgadio na Quinta da Aveleda a favor de sua irmã Dona Catarina de Meirelles, que lhe sucedeu na Casa e suas pertenças.
Por sua vez, a sua neta Dona Mariana, casou com Manoel Guedes da Silva da Fonseca, fidalgo da Casa Real e senhor da Casa de Gradiz, dando assim início à varonia Guedes no senhoria da Quinta da Aveleda.
A sua bisneta, Dona Joana de Meirelles da Silva Guedes, herdeira da Casa e do Morgadio da Aveleda, casou com José Anastácio da Silva da Fonseca, moço fidalgo em exercício na Casa Real, cavaleiro da Ordem de Cristo, Coronel do regimento das Milícias de Penafiel. Este Coronel distinguiu-se na defesa da ponte de Amarante durante a segunda invasão Francesa, tendo sido condecorado por feitos de bravura.
Dele condescende Manoel Guedes da Silva da Fonseca, casado com Dona Leonor da Câmara, Condessa de Pangim. Foi esta senhora que troxe da Índia, onde seu pai foi Vice-Rei, e, como relíquia da família, uma pequena lápide em estanho proveniente da primeira sepultura de São Francisco Xavier (o Apóstolo do Oriente) na ilha de Sanxão, na China, e que hoje se encontra na casa residencial.
Sucedendo a seu pai, Manoel Pedro Guedes da Silva da Fonseca, constituiu-se herdeiro da Quinta. Foi deputado e político, polémico Presidente da Câmara Municipal de Penafiel. Durante os anos de mandato à frente dos destinos desta cidade, Penafiel sofreu alterações de vulto: foi construído o novo quartel, o mercado, o matadouro, algumas estradas municipais e o santuário de Nossa Senhora da Piedade, hoje símbolo da cidade e conhecido por “Sameiro”. Manoel Pedro Guedes era uma pessoa meticulolsa e interessada na sua Quinta e criou e empresa Manuel Pedro Guedes & Filhos (1885), que se dedica ao plantio da vinha e comércio de vinho e de outros produtos agrícolas. A sua paixão pelo progresso levou-o a introduzir novos processos considerados revolucionários numa região de cultura tradicional, e, a ele se atribui a primenira plantação, em 1860, de vinha enxertada e em bardo, ao estilo Francês, com separação das castas. Isto permitiu controlar a produção e a qualidade dos vinhos tornando-os consistentes de ano para ano, fundamental para efeitos comerciais.
Os efeitos desta prática cedo se fizeram sentir, e já em 1880 na Exposição de Paris, foi ganha uma medalha de ouro pelos vinhos produzidos. Encorajado por este sucesso a cultura da vinha expandiu-se tornando-se a Quinta da Aveleda num dos maiores produtores da Região dos Vinhos Verdes.
Sucederam a Manoel Pedro Guedes os seus dois filhos Manuel e Fernando. Este último adquiriu, mais tarde, a parte do irmão na Quinta e na Empresa e fica assim proprietário único. Durante anos em que administrou a Quinta mandou construir a casa de família no local da antiga casa, entre 1912 e 1914. A Fernando Guedes da Silva da Fonseca, casado com Maria Helena Van Zeller, foi concedido o grau de Comendador da Ordem de Mérito Agrícola e industrial em 1933, devido ao seu labor no desenvolvimento da Quinta e da Empresa.
À sua morte, os filhos constituem uma sociedade agrícola para administração da propriedade, em 1946. Desde então, e à semelhança dos séculos que antecederam, a família Guedes e todos os seus colaboradores têm vindo a habitar na propriedade, trabalhando constantemente pelo bom nome de Portugal e dos seus produtos, dando continuidade a este legado tão especial.
Aqui ficam algumas fotos dos jardins da casa:
A cache está colocada nas imediações do portão principal de acesso à propriedade, do lado exterior da mesma. Levem com que escrever. O contentor não permite trocas.