Ermida Sra da Povôa
Esta freguesia, até ao reinado de D. Fernando, pertenceu à Covilhã.
Este rei integrou-a no concelho de Penamacor e D. João I confirmou este mandato em 1454.
Chamava-se na altura, Vale de Lobo.
A esta freguesia pertence a ermida da Nossa Senhora da Póvoa.
Passou a chamar-se Vale da Senhora da Póvoa devido à devoção à Santa e à ermida com este nome.

No sopé da Serra d’Opa foi construída, em tempos que não podemos precisar, uma ermida, sob a invocação de Nossa Senhora da Póvoa. Como a fundação de todas as ermidas, a Senhora da Póvoa tem a sua lenda.
Diz esta que, andando uns pastorinhos a apascentar as suas ovelhinhas, Nossa Senhora apareceu aos pequenos no meio de uns silvados. A notícia do milagre foi sabida em Vale de Lobo, povoação próxima do local da aparição. O povo trouxe-a em procissão para a Igreja. Nossa senhora voltou para o silvado. Logo se edificou uma pequena capela, que mais tarde foi substituída pela actual.
A romaria, a mais concorrida das Beiras, tem lugar no domingo, segunda e terça feira do Espírito Santo. A ela concorrem dezenas de milhar de romeiros.
Noutros tempos, e ainda não muito afastados, o arraial, em dias de romaria, tinha uma característica verdadeiramente poética, vindo-lhe esta característica das centenas de carros de bois, alegremente ornamentados com colchas de variadas cores, que, dispostas em arco, lembravam artísticos toucados. Com a concorrência dos automóveis, que são às centenas, quase desapareceu este alegre e garrido quadro. Os que vão a pé podem à vontade dançar no pó desses caminhos.
O arraial, ou melhor, o seu local, tem passado ultimamente por diversas transformações.
Construiu-se há pouco o recinto da capela, a avenida central, a estrada de circunvalação e novos telheiros ou alpendres para a venda de géneros no dia da romaria.