Esta é a primeira
cache colocada pelos Exmágalos, numa zona da Serra da Lousã já
muito por nós percorrida, mas ainda desconhecida de muita gente.
Assim, para além de lhe darmos as coordenadas de uma cache, situada
na aldeia de Catarredor, nesta página encontrará as indicações para
a realização de um percurso pedestre de cerca de 8 km que lhe irá
permitir conhecer alguns dos recantos mais encantadores da Serra da
Lousã.
The first cache owned by the
Exmágalos is at the Serra da Lousã a wild mountain area still
unknown for many. Besides the cache coordinates you can find here
the route of a trail track (8 km) that will take you for some of
the most charming places of the Serra da Lousã.
SERRA DA LOUSÃ E
SUA POPULAÇÃO /
THE SERRA DA LOUSÃ AND ITS
INHABITANTS
A serra da Lousã, à
qual alguém batizou de “Princesa do Centro de
Portugal”, ronda no seu cume os 1204 metros e situa-se na
transição do distrito de Coimbra para o de Leiria, abrangendo ainda
os concelhos de Miranda do Corvo, Góis, Castanheira de Pêra e de
Figueiró dos Vinhos e integra o sistema montanhoso luso-espanhol da
Meseta.
Nem sempre esta serra
foi o que hoje podemos apreciar, quer a nível populacional, quer a
nível estrutural. Em tempos muito idos, as relações nestas
povoações serranas eram entre as várias “casas” e, por
questões comerciais, com as vilas mais próximas, sobretudo a da
Lousã. Até chegarmos ao que hoje vemos, a serra passou por vários
períodos de desertificação sendo o primeiro deles sazonal e
essencialmente para as zonas da Beira Baixa e Alentejo tomando,
nesta época, os serranos o nome de “ratinhos”. No
século XIX, a migração era sobretudo para Lisboa passando a ser
aguadeiros ou trabalhadores no porto. Devido ao programa de
reflorestação do Estado Novo, que levou a que muitos habitantes da
serra vissem os seus terrenos de agricultura e pastoreio
transformados em área florestal, surgiu um novo surto de emigração,
desta vez para o Brasil e a América e, já na fase final, os
restantes sentiram-se obrigados a descer até ao vale. Estava criado
o cenário ideal para que, a partir de 1982-1984, novos ocupantes,
em busca de um estilo de vida alternativo àquele que tinham por
essa Europa fora, se instalassem. Hoje, as pessoas que dão vida a
estas aldeias são de origens e situações socioeconómicas
completamente diferentes das que as precederam.
The Serra da Lousã is also
named as the “Princess of Center Portugal”. The highest
peak is at 1204 m above sea level. The mountain area spreads by the
city councils of Lousã, Miranda do Corvo, Góis, Castanheira de Pêra
and Figueiró dos Vinhos.
The Serra da Lousã has
suffered with the immigrations of the local inhabitants in the last
two centuries. But in the 1980’s new people coming from city
centers and northern Europe looking for an alternative way of life
have been settling in this rural area. Today the people that give
life to this area have roots completely different from the original
inhabitants.
ALDEIA DE
CATARREDOR /
THE CATARREDOR
VILLAGE
Das várias
aldeias da serra da Lousã escolhemos a de Catarredor como base de
referência para a nossa geocache. Pensa-se que o nome
Catarredor, ou seja, "olha em redor” se atribui ao facto de
esta aldeia se situar num ponto alto, 670 metros, de defesa, e por
proporcionar uma vista abrangente e de grande beleza.
|
Vista do Catarredor envolvido pela serra da Lousã e
pormenor de casa típica
|
We use the name of the
Catarredor village to reference our cache. Catarredor means
“looking at the surroundings”. The village is at a high
point (670 meters) ideal for defending in foreign times and for
enjoying the beautiful landscape of this mountain area.
No quadro seguinte
podemos ver a evolução dos habitantes da aldeia de
Catarredor.
The next table
presents the evolution of the local inhabitants of the Catarredor
village.
|
1911 |
1940 |
1960 |
1970 |
1981 |
2007 |
Catarredor |
109 |
120 |
67 |
23 |
2 |
16
|
Recenseamento da
população entre 1911 e 1984, INE
A CACHE
/
THE
CACHE
Para aceder ao Catarredor,
tomando como ponto de partida a Lousã, pode optar pelo alcatrão
seguindo a EN236 no sentido de Castanheira de Pêra (ver mapa do
percurso pedestre abaixo). Após o Candal, deve estar atento a uma
cortada à direita com a indicação de Catarredor. Se optar pela
estrada florestal, neste momento em terra, deve seguir as
indicações de “Aldeias serranas” à saída da Lousã. Um
mapa de estradas completo pode ser encontrado no sítio de Internet
da Câmara
Municipal da Lousã.
Ao chegar ao Catarredor, deixe a
viatura, e se tiver sorte deixe-se levar pela selvagem cavatina,
que é como quem diz os sons locais predominantes na época das
chuvas, e boa “cachada”! A cache é uma caixa
plástico vulgar, média, e que está envolvida por um saco preto para
a proteger da humidade. Tem o tradicional livro de registos,
material para escrita e objectos para a
troca.
To reach the Catarredor village from the Lousã
urban area take the route EN236 in the direction of Castanheira de
Pêra. After the Candal village, you should be aware to turn right
at the plate pointing to the Catarredor village. If you chose the
forest trail you should follow the plates indicating “Aldeias
Serranas” when you leave the Lousã urban area. You can
find
here a detailed route
map.
When you arrive at the
Catarredor village leave the car and if you are lucky, you will
feel the wild cavatina, this is the local sounds prevaling in the
rainy season. Nice "cachada"! The cache is a normal plastic box
inside a black plastic bag. It has the traditional log book,
pen/pencil for writing and a variety of small objects.
PASSEIO DO KM 23 /
KM 23 TRAIL
TRACK
Para também fazer a cache
apresentamos-lhe a alternativa de passar o dia na serra da Lousã,
desfrutando do magnífico percurso pedestre por nós intitulado de
“km 23” e cuja época mais espectacular será no Outono
devido à proliferação de castanheiros (e castanhas prontas a ser
recolhidas ao longo do caminho, não se esqueça da saca para as
transportar!). Vindo da Lousã pela EN236, após a povoação do
Candal, e antes da referida cortada para Catarredor, esteja atento
à marca do km 23. Estacione os carros numa curva que tem uma berma
larga ainda antes da marca do km 23. Pegue no mapa do percurso,
calce as botas de caminhada, ponha a mochila às costas, e uns 200
metros já adiante da marca, depois de terminado o pequeno muro na
berma da estrada, tem uma pequena reentrância que assinala o início
do passeio (coordenada aproximada: N 40° 04.150’ W 8°
12.900’). Actualmente, a entrada para o percurso pedestre tem
um sinal distintivo do percurso de BTT Lousã-Candal-Cerdeira
(12) marcado pelas Aldeias de Xisto. O caminho é
inicialmente descendente, escassos metros abaixo, cruza-se com um
ribeiro, inflete-se sobre a direita e é só seguir o carreiro até à
povoação de Catarredor durante aproximadamente ½ hora. No
Catarredor poderá encontrar a cache e voltar para trás.
Mas o nosso
passeio não termina aqui, e nesta altura já deve ter pensado na
logística do passeio, uma vez que o percurso completo que nós
propomos não é circular. Ele termina bem cá em baixo, no complexo
da Senhora da Piedade/Castelo de Arouce.
Assim para fazer o nosso passeio por
completo deverá ter deixado um veículo na já tão falada EN236,
perto do km 13, junto ao miradouro da Senhora da Piedade (N 40°
06.132’ W 8° 14.090’) e ser transportado para o km 23.
No final do passeio, terá de fazer a operação inversa. Resolvida
previamente a questão e, depois de encontrar a nossa cache
no Catarredor, é só continuar o percurso por nós sugerido, e que
passa ainda pelas aldeias de Vaqueirinho (a saída de Vaqueirinho
faz-se descendo, depois de passar pelo centro da aldeia onde tem um
tanque, virando à esquerda no meio das casas, e abandonando a
aldeia por um caminho que ainda desce entre carvalhos e
castanheiros) e Talasnal, antes de chegar ao complexo da senhora da
Piedade. Na aldeia do Talasnal terá hipótese de neutralizar o seu
passeio por umas horas ou até ao dia seguinte pois para comer tem o
sempre acolhedor Restaurante “Ti Lena” onde poderá
perguntar por alojamento.
Do Talasnal ao complexo da senhora da Piedade,
junto à ribeira de São João, é cerca de mais uma hora a descer para
ver até onde são capazes os seus joelhos. Já no complexo da Senhora
da Piedade, e se tiver tempo e/ou interesse pela gastronomia local,
poderá usufruir do restaurante “O Burgo” enquanto
contempla, não só as ermidas semeadas nos arrabaldes, como o
castelo de Arouce que nas palavras de José Saramago, em Viagem a
Portugal, não é mais do que “um castelinho,… Ocupa, e
apenas em parte, o espinhaço de um monte que é, insolitamente, o
mais baixo da vizinhança, [está] no centro duma roda de montes que
o excedem em porte [mas] o viajante acredita que nenhum lugar
existe no mundo com mais adequado cenário para uma representação
shakespeariana, das que metem castigos, vaticínios funestos e
grandeza. É uma cenografia natural que não precisa de retoques, e
em tenebrismo dramático nada poderia ser mais
interessante.”
Se ainda se lembra, deixou o seu meio de transporte no
miradouro que vislumbra lá no alto e falta-lhe a
“subidinha” que vai pôr os seus restantes músculos no
auge da sua plenitude. Ao subir do complexo e ao chegar ao castelo
tem uma pequena capela à direita. Siga pelo carreiro que ali nasce
e que indica o caminho para a Central da Ermida. Uns 200 metros
adiante, esteja atento a um caminho sobre a sua esquerda e, após
serpentear durante 5-10 minutos por entre acácias, estará no
miradouro onde começou a sua jornada. Antes de partir descanse os
seus olhos por onde todo o seu corpo andou. Esperamos que tenha
gostado tanto quanto nós gostamos de repetir sempre este
passeio!
Below you find the map for
the trail track named by us the “km 23”. Please send us
an email if you have the idea of doing the trail track.
Pormenores do percurso:
Mapa / Map
Distância aproximada - 8 km
Tempo total previsto (incluíndo paragens para descoberta
da cache, fotos e almoço) - 6 horas
Tempos parciais (sem muitas paragens): Início do
percurso-Catarredor - ½ hora; Catarredor-Vaqueirinho - ½ hora;
Vaqueirinho-Talasnal - 1½ hora; Talasnal-Complexo da Senhora da
Piedade - 1 hora.
Desníveis do percurso - Início (km 23): cota 750 m;
Catarredor: cota 670 m; Complexo da Senhora da Piedade: cota 250 m;
Miradouro da Senhora da Piedade: cota 350 m.
Outros pormenores - Com excepção do Talasnal e no final
do percurso, no complexo da Senhora da Piedade, não existe a
possibilidade de comprar comida ou água. Leve calçado adequado de
caminhada.