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Cova da Moura [Al-Gharb] Multi-cache

Hidden : 7/24/2010
Difficulty:
3 out of 5
Terrain:
4 out of 5

Size: Size:   small (small)

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Geocache Description:



“Eu quero ser nada…para poder compreender tudo”
Shaykh Hisham Kabbani


Quarta-feira, ano 585 desde que o profeta fugiu de Meca.

castelo de Silves

Ibn Ammâr estava com o tesouro nas mãos, tinha conseguido sair de Xelb a tempo. O barco seguia o rio para sul, iria levá-lo ao grande mar. Só tinha que aguentar mais um pouco. Mas o ombro ferido não parava de sangrar, em breve não teria possibilidade de salvar o tesouro. Era esse o seu objectivo, ele era mais importante que a sua própria vida. Qualquer um dos seus irmãos sufi ficaria feliz de estar nesta situação. Ele tinha sido o eleito, por ser o mais heróico e puro. Em Alvor, apesar da fortaleza destruída há meses pelos infiéis, ainda restavam alguns irmãos que o poderiam ajudar.

Anos antes, vindo da arábia longínqua, chegara a esta terra fértil, cheio de sonhos. Aqui conheceu a verdade, viu o tesouro, tão querido por Sufis e Templários. Na realidade, faziam parte da mesma Cavalaria Espiritual. Profetizavam de ideais e princípios muito semelhantes, como a justiça, tolerância e defesa dos fracos, e tão diferentes das correntes radicais e fanáticas dos Cruzados ou dos Sarracenos. No final, o deus interior, àquele que vale a pena rezar, era o mesmo. As únicas diferenças estavam naqueles que só acreditavam no deus exterior.

Mas agora eram os Cruzados que sitiavam a sua cidade. E eles, não podiam ter o tesouro, nem saberiam o que fazer com ele. Agora que pensava nisso, era o mesmo tesouro que os companheiros Templários tinham trazido da cidade santa. Ele não sabia como tudo tinha acontecido, alias, julgava que apenas um punhado de cavaleiros sabia de toda a história. Tinham-lhe contado que o tesouro tinha sido encontrado por baixo nas ruínas do templo de Salomão, trazido por cavaleiros do templo para a Europa e deixado à guarda dos Sufi de Xelb. Aqui ninguém saberia da sua existência, era o lugar mais improvável.

O barco teimava a guinar para a direita, e o ombro ferido não deixava controlar a sua rota. Teria de ficar ali. Alvor ainda ficava longe, muito provavelmente não sobreviveria até lá.

Quando o barco encalhou, Ibn apenas consegui subir um pouco no terreno e encontrou a cova. Teria de ficar por ali, mas como indicar o lugar final do tesouro aos irmãos? Rastejou e depois de se conseguir levantar andou quatro passos, passou a galeria à esquerda. Andou mais três passos e na bifurcação seguiu pela esquerda. Imediatamente a seguir subiu a parede da esquerda e voltando-se para trás deixou o tesouro no buraco debaixo de pedras. Chorou quando teve a noção que morreria ali. Não por tristeza, mas por pensar que o tesouro se iria perder definitivamente. Num último suspiro, pensou que se ele foi perdido e voltado a encontrar em Jerusalém, a história se iria repetir aqui. Morreu a sorrir, no escuro da cova. Lá fora o sol nascia para um novo dia.




O texto anterior é apenas uma história de ficção. Como muitas tem como pano de fundo factos reais:
1) Silves (Xelb) foi sitiada em 19 de Julho 1189, tendo caído a 2 de Setembro do mesmo ano.
2) Alvor, ou “a fortaleza” em árabe, foi destruída no inicio de 1189 por ataques de D.Sancho I.
3) Sufi é uma doutrina da religião islâmica assenta no princípio de que existe uma verdade escondida e inatingível, ou seja, que a busca pelo conhecimento e perfeição é realizada com a noção de que o conhecimento e perfeição nunca serão atingidos. É uma vertente mística e gnóstica desta religião.
4) As coordenadas publicadas são da entrada da gruta, sigam as indicações.

Additional Hints (Decrypt)

ghqb b dhr cerpvfn rfgá ab grkgb

Decryption Key

A|B|C|D|E|F|G|H|I|J|K|L|M
-------------------------
N|O|P|Q|R|S|T|U|V|W|X|Y|Z

(letter above equals below, and vice versa)