Pedrógão Grande
De uma forma directa ou indirecta, muitos dos autores que se têm
referido ao Concelho de Pedrógão Grande, situam o povoamento da
zona cronologicamente tardio, ou quando o pretenderam situar em
épocas mais recuadas não apresentam provas concludentes que possam
comprovar tal situação.
Face à investigação arqueológica desenvolvida
no Concelho nas últimas décadas, sabemos hoje que o povoamento da
região se terá processado no segundo milénio a.C. quando as
primeiras comunidades humanas se estabeleceram na confluência da
Ribeira de Pêra com o Zêzere, nos esporões do Penedo do Granada e
de Nossa Senhora dos Milagres, ancestralmente conhecido por
“Castelo Velho”.
Também os romanos demandaram estas paragens.
Datam do Século II d.C. a Estação Arqueológica Calvário/Devesa, em
plena zona urbana de Pedrógão Grande, a unidade industrial de
fabrico de materiais de construção (telhas) no Cabeço da Cotovia e,
provavelmente, a Ponte Romana do Cabril (actualmente submersa pelas
águas da Albufeira da Barragem da Bouçã).
As invasões bárbaras irão provocar a
deslocação da população do Calvário/Devesa para a área do Penedo
(Centro Histórico de Pedrógão Grande), ao redor do qual a Vila vai
crescer, ao ponto de aparecer referenciada nos inícios do Século
XII como centro de um vasto território, abrangendo os actuais
territórios dos Concelhos de Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra e
Figueiró dos Vinhos.
De facto, data de 1135 a primeira referência
escrita a Pedrógão Grande, quando D. Afonso Henriques (ainda
príncipe) fez a doação da “Hereditate Petragonum” a
Uzbert, Monioni Martiniz e Fernando Martiniz.
Não sabemos o que fizeram destas terras estes três fidalgos, mas
na Era MªCª LXXªIIIª (1195) D. Pedro Afonso concede a Pedrógão
Grande a sua primeira Carta de Foral, confirmada por D. Afonso II
em Coimbra na Era MªCCªLªVª (1203) e, em 1513 D. Manuel I atribui a
Pedrógão Grande a sua segunda Carta de Foral, da qual se guarda no
Município um dos exemplares.
Por volta dos inícios do Século XIV D. João
Fernandes de Limia e sua mulher Dª Maria Anes, permutam com o Rei
D. Dinis as Vilas de Évora Monte, Vila Boim e Aguiar de Neiva, por
Vimieiro, Almada, Povos, Figueiró e Pedrógão.
Acompanhando o surto de progresso e
desenvolvimento que se verifica no País durante o período dos
descobrimentos Pedrógão Grande, chega ao ano de 1640 com uma
população estimada em cerca de 1600/2000 almas, a qual, naquela
época, não encontra paralelo no centro interior do País.
Deste período poderão ser admirados no Centro
Histórico diversas construções, das quais destacamos: Igreja da
Misericórdia (1470), Púlpito da Igreja Matriz e Sacristia
(1537-1539), Torre Sineira da Igreja Matriz (1553), Retábulo da
Matriz de João de Ruão (1554), reconstrução e ampliação do Convento
de Nossa Senhora da Luz (1560), Pelourinho (Séc.XVI), execução do
Retábulo da Igreja da Misericórdia (1606), construção da Ponte
Filipina do Cabril (1607-1610) e da Ponte de Pêra (1621).
Na actualidade, Pedrógão Grande continua a
desenvolver-se e a crescer em torno do seu Centro Histórico. A par
da preservação dos becos e ruelas características do período
medieval rasgam-se novas ruas e avenidas capazes de dar resposta ao
mercado habitacional e comercial em constante crescimento.
Redefinem-se zonas de convívio e lazer como o Largo da Devesa e o
Parque Municipal de Campismo do Vale de Góis, local paradisíaco à
beira da Albufeira da Barragem do Cabril.
"Preservar o passado com os olhos no futuro
é, sem dúvida, o lema desta terra de lendas e de fadas de trabalho
e de paz."
Igreja
Matriz (Monumento Nacional)
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A Matriz de Pedrógão Grande sofreu ao longo destes cerca de oito
séculos, diversas obras de restauro e conservação. A fisionomia
primitiva foi-lhe sendo retirada, com especial incidência na
remodelação a que foi sujeita no século XV11 passando desde então a
apresentar uma imagem marcadamente renascentista. Jorge de Brás
reconstrói de 1537 a 1539 a capela-mor, sacristias e o corpo da
igreja, tendo o pagamento destas obras sido suportadas pelo Cabido
da Sé de Coimbra e pelo povo de Pedrógão Grande.
Em 1553 é mandada construir a torre. A obra é
entregue ao empreiteiro Baltazar de Magalhães, desaparecendo com
esta construção as prováveis características românicas da fachada
primitiva.
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Igreja
Da Misericórdia (Monumento de Interesse
Público)
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É um templo sóbrio, construído com o duro
granito da região.
A sua construção remonta ao ano de
1470 e em 1627, recebeu um legado de sessenta mil réis.
Durante muitos anos, funcionou em anexo
a esta Igreja o Hospital e a Albergaria de S. Pedro.
Do aspecto exterior da Igreja da
Misericórdia, destaque para a fachada principal, onde se vê um
nicho encerrando uma Virgem de pedra provavelmente da mesma época e
do lado direito, a torre sineira, com um único sino, encimada por
uma cruz também de granito.
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Pelourinho (Monumento de Interesse
Público)
Ponte
Filipina (Monumento Nacional)
Situa-se a jusante da barragem do Cabril, tendo sido construída,
segundo se crê, durante a dominação Filipina.
É uma obra que merece ser admirada; com
os seus três arcos, o maior dos quais com vinte e dois metros de
vão e vinte e seis de altura, toda construída com enormes blocos de
granito.
Esta ponte, considerada Monumento
Nacional, foi até ao ano de 1954, data da inauguração da barragem
do Cabril, o único elo de ligação com a povoação de vizinha de
Pedrógão Pequeno e consequentemente com o Distrito de Castelo
Branco.
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Capela
de S. Sebastião
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Datada do século XVIII, a capela de S.
Sebastião apresenta um altar em talha dourada do século XVI, a
imagem de S. Sebastião, frontão decorado com volutas e pináculos,
torre sineira, portal barroco e cunhais de granito. |
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Capela
do Calvário
A Capela do Calvário é um dos locais mais importantes nas festas
que decorrem em Pedrógão Grande durante a Semana Santa. Nesta
época, vários figurantes vestem-se a rigor para encenar a
Crucificação de Jesus Cristo.
Dos seus elementos mais distintos
destaque para a torre sineira colocada ao alto da empena e para as
duas cruzes de granito que ladeiam o adro escadeado.
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Capela
de Nossa Senhora dos Milagres
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A construção da capela de Nossa Senhora dos Milagres é
provavelmente anterior á do Convento da Luz.
Em 1878, foi reconstruída tendo perdido
os traços mais característicos da construção anterior
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Paços do
Concelho
O Edifício dos Paços do Concelho foi construído no ano de 1860,
por iniciativa de António Venâncio David, deputado da Nação e
natural de Pedrógão Grande que, com uma vantajosa contribuição
(600.080 mil Réis) para a sua construção, se tornou assim o seu
fundador.
O edifício dos Paços do Concelho veio
substituir o anterior edifício que havia sido destruído por um
incêndio. Serviu de instalações a diversos serviços públicos e foi
alvo de inúmeras obras de restauro, as mais recentes entre 1991 e
1992.
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Fonte: CM Pedrógão
Grande
A Cache:
Esta cache vai levar-vos a conhecer a Vila de Pedrógão
Grande.
Ponto 1
- O ponto inicial encontra-se nas seguintes coordenadas: N 39°
55.129 W 008° 08.681, Micro cache.
Ponto 2
- X = Diferença entre as duas datas
N39º 54.(788+X) W008º
08.(865+X)
Ponto 3
- Micro Cache