Durante a Guerra Peninsular (1807 -1814) o general inglês
Wellington idealizou um sistema defensivo que fosse capaz de
proteger a cidade de Lisboa e uma eventual retirada inglesa de um
provável ataque massivo do exército francês. A construção do
sistema defensivo, que passou para a História com o nome
Linhas de Torres Vedras,
ficou a cargo do engenheiro militar inglês tenente-coronel John
Fletcher. No final da obra as Linhas de Torres Vedras contavam com
152 redutos, 600 peças de artilharia que ligavam o Atlântico ao
Tejo em duas linhas e uma terceira linha em torno de Oeiras para
proteger o embarque das tropas inglesas na armada aí
fundeada.
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A acção das Linhas de Torres Vedras foi um ponto crucial no
evoluir da Guerra Peninsular. Perante a impossibilidade de as
romper ou contornar, Massena, general francês encarregado de
conquistar Portugal dá início a uma retirada das tropas
napoleónicas que, em última análise, só termina em Toulouse, já no
fim do conflito. As Linhas de Torres Vedras representam igualmente
uma obra ímpar do ponto de vista da engenharia militar, onde a
orografia do terreno foi plenamente aproveitada, articulando-se com
obstáculos (abatizes, escarpas, diques, etc...) e pontos
fortificados artilhados para impedir o avanço das forças
inimigas.
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Actualmente a maioria dos fortes que constituem as Linhas de
Torres Vedras estão abandonados, sujeitos à degradação provocada
pelos elementos e sobretudo pela incúria dos homens.
O Forte da Forca localiza-se
no concelho de Torres Vedras, freguesia de Santa Maria, a Nordeste
da cidade de Torres Vedras. Topograficamente encontra-se no topo de
uma paleoarriba do Rio Sizandro. Implanta-se perto do vértice Este
formado entre a Vala dos Amiais, e a Ribeira das Voltas. Nesta zona
a Vala segue de Norte para Sul e intercepta a Ribeira que segue de
Este para Oeste. A referida Vala é afluente do rio Sizando. Os
fortes que estão mais perto do forte da Forca são o Forte de S.
Vicente a Oeste e a estrutura defensiva que estaria no antigo
castelo a Sul de Torres Vedras. Este conjunto pretendia garantir a
defesa na entrada em Torres Vedras e progresso para Lisboa, pela
antiga estrada real.

O
conjunto integra no seu interior pelo menos um trave s, duas praças
altas e paiol. No interior verifica-se a existência de dois grandes
buracos, provavelmente relacionados com infiltração de águas para
cavidades internas no arenito em que o forte foi construído. Uma
realidade semelhante regista-se também no lado Norte do fosso, só
que neste caso é possível verificar a existência permanente de
água, o que provavelmente estará relacionado com a existência de
uma nascente.
Ao longo do perímetro exterior do Forte
(poligonal de forma Maio ou menos quadrangular, com cerca de 245 m)
existem oito canhoeiras que cobrem num ângulo de 180° entre o lado
Norte e Nordeste. Estas estão dispostas em duas dos quatro lados
principais da poligonal que define a planta da obra. O fosso
desenvolve-se entre os lados Nascente Norte e Poente, estando
aberto sobre o lado Sul, que é um escarpa natural. Este fosso está
escavado em mais de metade da sua profundidade no substrato
geológico (Grés de Torres Vedras CGP 30C), material que aparece,
como é óbvio, na construção dos reparos, não só como depósito
"batido", mas também como blocos talhados, actualmente bastante
erodidos.
O estado de conservação do Forte pode ser
considerado bastante razoável, tendo em conta que, são visíveis de
forma relativamente clara todos os aspectos formais do mesmo.
Existem, no entanto, algumas perdas significativas ao nível da
volumetria dos reparos, travéses e praças altas, bem como no
entulhamento e derrube de partes significativas do
fosso.
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os
Fortes das linhas de Torres estão practicamente todos em avançado
estado de abandono e degradação, cobertos de vegetação uma parte
dela benéfica que ajuda a consolidar as terras e muralhas e outra
parte com raizes de grandes dimensões que estão a danificar o pouco
que resta das estruturas pertencentes à História que convém não
esquecer.