História:
Em 1512 separou-se Monte Real da freguesia de S. Tiago do
Arrabalde e constituiu com os seus moradores uma nova freguesia, de
que também fazia parte Carvide e Vieira.
Em 1632 o Bispo de Leiria separou de Monte Real o lugar de
Carvide que se constitui em nova freguesia à qual ficou pertencendo
Vieira que por sua vez se desanexou daquela em 1740,
constituindo-se em freguesia. A primeira referência documental ao
nome da freguesia só aparece em 1527 no "Cadastro da População do
Reino": "aldea de Carvide cõ casaes da Vieira e da Pasagem, 30".
Significa que por aqui existiam 30 fogos correspondentes a uma
população estimada entre 100 a 135 habitantes. Crê-se que o
crescimento desta zona tenha tido lugar a partir daquela época. É
que, como diz o "Couseiro" ou Memórias do Bispado de Leiria "no
lugar da Passagem está uma ermida, da invocação de Nossa Senhora da
Ajuda, feita no ano de 1614". E "outra no lugar da Vieira, da
invocação de Nossa Senhora dos Milagres, imagem de vulto, feita no
ano de 1615". A construção desses templos é um indício bastante
para acreditar no certo grau de desenvolvimento atingido pelas duas
povoações.
O século XIX marcaria novos contornos no desenvolvimento de
Vieira polvilhando-o de altos e baixos. Primeiro, as obras de
regularização do leito do Lis, depois a Invasão Francesa de 1810.
Fugindo diante dela, o povo refugiou-se no Pinhal do Rei, onde
escondeu os haveres que conseguiu transportar. O que não foi
possível levar foi destruído ou enterrado. Mas o saldo desta
invasão foi muito desfavorável para os Vieirenses. Quase metade da
população foi dizimada por epidemias e mais de metade das casas
foram destruídas ou danificadas pelos franceses.
Com a chegada do
século XX, a Vieira vai-se tornar protagonista de uma das mais
singulares migrações internas que Portugal conheceu — a dos
"avieiros". O agravamento das condições de vida dos pescadores, aos
quais a vila nada mais tinha para oferecer para além de um inverno
rigoroso e muita fome, criou um grande fluxo migratório em direcção
ao Tejo. Grandes comunidades de avieiros se foram estabelecendo
junto das vilas ribeirinhas, encaminhando-se depois, para o tráfego
comercial fluvial e terrestre. As maiores movimentações terão
ocorrido entre 1919 e 1939. Durante décadas esta gente dividiu a
sua vida entre o verão em Vieira e o inverno no Tejo, entre a arte
xávega da sardinha e a arte varina do sável. Mas chegou o dia em
que deixaram de regressar durante o Verão. E para sempre ficaram
ligados à história do Tejo, os homens de Vieira, os
avieiros.
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