Um hit musical dos In Loco com alguns anos, cantava: "Já não há
heróis... heróis que consigam, levantar a moral dos impérios
caídos..."
Esta cache fala-nos dos dias anteriores à queda da monarquia e
da implantação da República, mas fala também de um dos últimos
heróis portugueses, unanimemente reconhecido como tal por
monárquicos e republicanos.
Falamos de Henrique Mitchell de Paiva Couceiro, nascido e
falecido em Lisboa, respectivamente a 30 de Dezembro de 1861 e a 11
de Fevereiro de 1944.
Aquando do combates de 3, 4 e 5 de Outubro de 1910, Paiva
Couceiro saiu com o seu Grupo de Artilharia a Cavalo de
Queluz que comandava desde 28 de Julho do ano anterior; tendo
sido mesmo o único oficial que fez fogo sobre o acampamento
Republicano da Rotunda e o Parque Eduardo VII.
Sentindo-se abandonado pelo resto das tropas reais, marchou para
Sintra a fim de se juntar ao Rei que entretanto já zarpava desde a
Ericeira.
É por isso considerado o derradeiro defensor da monarquia em
Portugal... ainda que tal defesa fosse apenas uma luta inglória
contra os tempos modernos.
Apesar de monárquico irredutível, Paiva Couceiro era procurado
logo no dia 6 de Outubro, por um enviado do Governo Provisório que
queria saber qual viria a ser a sua atitude perante o novo regime a
quem terá respondido: "Reconheço as instituições que o Povo
reconhecer. Mas se a opinião do Povo não for unânime, isto é, se o
Norte não concordar com o Sul, estarei até ao fim ao lado dos fiéis
à tradição. E se acaso se desse uma intervenção estrangeira para
sustentar a Monarquia, então passar-me-ia para o lado da
República... Depois pedi a minha demissão de oficial. E pedi-a
porque, depois de tantos anos de sacrifícios e de trabalhos à
sombra das cores azul e branca e dos castelos e quinas da nossa
bandeira não me acho com forças para abandonar o símbolo onde me
habituei a ler escrita a história do meu País. Fazer com que um
símbolo tenha raízes na alma de um povo e inspire respeito a todo o
Mundo, é trabalho de muitas gerações. E eu, pela minha parte,
acho-me velho para principiar agora o esforço novo que os louros de
uma bandeira nova implicam".
Mais tarde envolveu-se em tentativas fracassadas de restauração
da monarquia, sempre leal aos seus princípios.
O seu nome foi dado a várias ruas, avenidas e praças em
Portugal, Moçambique e Angola onde foi governador.
Esta é a primeira cache de uma trilogia comemorativa do
Centenário da República Portuguesa, convidamo-vos a visitarem
igualmente as caches Lutando pela República e 100 Anos de
República em Lisboa.
English
This cache is the first of a trilogy dedicated to the first
century of the portuguese republic.
From this headquarters, Paiva Couceiro led the troops to defend
the monarchy in October 3th of 1910. You can also visit the other
two caches Lutando pela República, and 100 Anos de
República both in Lisbon.