Quartel do Onze
O “Baluarte da Conceição” foi inicialmente denominado por Forte da Nossa Senhora da Conceição, mais tarde, dada à sua situação geográfica, passou a denominar-se “Baluarte do Cais” e finalmente Baluarte da Conceição.
Foi construído em meados do século XVIII. Existe uma inscrição entre o Escudo de armas e a coroa, por cima da Porta de Armas, em que refere que no ano de 1696, no Reinado de D. Pedro II, foi mandado fazer por ordem de Sua Majestade, ao Duque de Cadaval mordomo da Rainha Dona Maria Sofia, o pórtico, contendo as armas das Praças de Setúbal; Cascais e Peniche.
Porta de Armas.
A primeira planta que se conhece, data do ano de 1855, mas é em 1883, que aparecem plantas rigorosas, à escala 1:500, cotadas e legendadas, onde se verifica que o “Baluarte da Conceição” em Setúbal, está mesmo encostado ao Rio Sado. Aliás, a praia confina mesmo com o Baluarte, quer do lado Sul, quer do lado Poente. Do lado Nascente, é contornado por um muro que se prolonga até ao cais situado mesmo junto à ponta Sul. Da separação do referido muro, com a muralha da fortaleza, resultava exactamente a chamada Rua do Cais. A parte Norte, onde se situava a entrada da fortaleza, ficava exactamente a “Alameda da Praia”.

Planta do Quartel de 1855.
Estas plantas são já resultado de profundas alterações e reconstruções, motivadas essencialmente pelo terramoto de 1755, que afectou grandemente a cidade de Setúbal.
A fortaleza do Baluarte, está implantada em dois níveis. No primeiro nível, situava-se a Parada do Quartel. No segundo nível a Bateria de Defesa de Costa.
No ano de 1738, as condições do Baluarte, estavam bastante danificadas, e em 11 de Março desse ano, foi proposto à consideração da governação e do povo, que se fizessem várias “arrematações” de produtos, nomeadamente carne, para custear a recuperação das instalações, mas tal não veio a acontecer. As obras começaram em 1750. A fortaleza dispunha inicialmente, para além das instalações para os militares, de uma prisão; de instalações onde funcionava o hospital militar; as latrinas e dois poços.
Interior do Quartel.
Em 1755, por ocasião do terramoto, o quartel ficou bastante danificado, bem como parte das muralhas, de tal forma que o regimento teve de abandonar o local.
Em 1761, as obras que se haviam iniciado em 1750, cujo o terramoto havia destruído, foram reiniciadas por ordem Régia, passando o Baluarte a ter o aspecto, que referem as plantas de 1883 e já atrás mencionadas. Há que referir ainda, que a casa do Corpo da Guarda, foi construída também em 1761, na Praça do Sapal, hoje Praça do Bocage e a casa do Corpo dos Artilheiros, foi construída na mesma altura no Forte de Nossa Senhora do Livramento, onde hoje se situa o mercado.
O vértice Sul do Baluarte, contém um nicho em forma cilíndrica, de pedra liós com quatro pilastras encimadas por uma cúpula esférica, encontrando-se dentro desse nicho a imagem de Nossa Senhora da Conceição. Por essa altura, todas as noites, a imagem era iluminada com lanternas, ainda hoje existentes, e festejada com arraiais, procissões e outras religiosidades.
O Quartel do Regimento de Setúbal, passou a denominar-se 7 de Infantaria até 1823, data em que saiu de Setúbal. O aquartelamento foi então ocupado pela “Infantaria 19” e outras se lhe seguiram.
O batalhão de voluntários, criado em 1828, teve o seu primeiro quartel, no Convento da Trindade, no Largo da Fonte Nova, mudando-se depois para o Baluarte.
O Quartel de Nossa Senhora da Conceição, foi na década de 30 do século XIX ocupado pelas milícias de Setúbal e Alcácer.
Em 1847, tropas do Porto ocuparam o Baluarte, para fazer frente ao Governo de Lisboa. A partir de 1848 o Baluarte, passou a ser ocupado pelos Caçadores nº1.
Em 1933, foi feito um levantamento do Quartel, então já ocupado pela Infantaria nº11, à escala 1:200, em que é visível a muralha Sul/Nascente, que faz parte do bico Sul, já não dispor dos maciços característicos de apoio aos canhões.
Em 1987, é elaborado um projecto de alterações bastante significativo de algumas instalações, mas que nunca chegou a ser concretizado.

Implantação das Muralhas do séc. XIV e séc. XVI que protegeram a cidade em tempos, sobre base da cidade actual.
Laranja: Muralha séc. XIV; Vermelho: Muralha séc. XVI; Azul: linhas de água.
A Cache:
A cache encontra-se perto do Quartel do Onze. O intuito desta cache é levar a conhecer este quartel que por muito tempo tem ficado ao abandono. Levem material de escrita, obrigado.
Esconderijo provisório até as obras no Quartel ficarem concluídas e antigo local da cache estiver acessível.
