Esta geocache pertence ao projecto A TRILOGIA DE SONHO, que é composto por A queda de Sonho, Indiana Taparué e o legado de Sonho, Indiana Taparué e o Sonho no Portal do Inferno.
A QUEDA DE SONHO
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No início das eras, num tempo sem tempo, a Terra era governada por gigantes e os homens eram seus escravos. Os gigantes viviam em palácios de pedra no cimo das montanhas e eram caçadores exímios. Tinham uma feição macilenta e horrenda, com um único olho de íris negra como a noite e os dentes afiados como as garras do diabo. A sua respiração era pesada e o seu grito ouvia-se para lá das brumas do mundo. Por cada lua cheia, organizavam jogos bélicos em que os homens digladiavam-se pela vida e quem perdesse servia de alimento para os gigantes inexoráveis. Nesse tempo, os homens comunicavam por murmúrios tristes e incompreensíveis, pois ainda não tinham inventado a palavra escrita ou falada.
Certo dia chegou a um palácio uma escrava vinda do norte. Tinha os olhos azuis e os cabelos loiros como sol. Chamaram-lhe Gaia. Frágil e inefável, o destino subjugou-a à derrota numa luta e o lume foi aceso debaixo dos funestos caldeirões. Houve porém um gigante, de seu nome Sonho, que se apiedou dela e levou-a às escondidas dos outros, embrulhada no coldre onde habitualmente carregava a sua espada. Quando os outros gigantes descobriram a traição, procuraram-nos por todas as montanhas e vales, até que os encontraram, já depois de muitas luas. Sonho agarrou na sua amada e precipitou-se numa fuga por entre as armadilhas montadas pelos seus inimigos, até que o senhor dos gigantes o fez cair.
Encurralado e ferido, diminuído de qualquer vã esperança, num instante longe das vistas dos seus irmãos, escondeu-a num recanto da pedra e com um dedo abriu o seu próprio peito e tocou no coração, enquanto com outro dedo tocou na testa de Gaia, dizendo-lhe que ela iria encontrá-lo quando encontrasse o sono, desfazendo-se depois numa miríade infinita de gotas de água. Os gigantes procuraram-no até perderem a paciência e desistirem. Gaia manteve-se escondida e quando o cansaço sobreveio ao medo, adormeceu e encontrou Sonho na sua consciência. Maravilhada, passou a adormecer cada vez mais cedo e vivia entre o Sonho. Ele, com o tempo, ensinou-lhe o dom da palavra falada e escrita. À medida que as diferenças se iam esbatendo por força do seu amor perene, a vida cresceu no ventre de Gaia. Nasceu uma menina e decidiram chama-la Água.
Outros filhos se sucederam e Gaia ensinou a todos como encontrar o seu pai Sonho, continuando a viver escondidos dos terríveis gigantes. Perto da sua morte, Gaia retornou ao local onde Sonho tinha caído e escondeu uma caixa de vontades, para que todos os seus descendentes nunca se esquecessem das palavras reveladas assim como de visitarem o Sonho tão antigo como o tempo. Já depois de a lua ter desistido de contar voltas, pela palavra e por todas as vontades que se foram juntando, Sonho instou os homens a derrotarem os gigantes e finalmente conseguiram conquistar a liberdade que souberam merecer. A caixa de vontades ainda pode ser visitada junto à queda de Sonho, mas como lá foi colocada em tempos imemoriais, numa altura em que ainda não havia satélites em órbita, as coordenadas podem divergir um pouco.
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Esta geocache pertence ainda ao projecto SUBIDA DA PENA AMARELA, que é composto por: O sol da vida, O despertar da mente, O princípio da incerteza, A vontade eterna, A percepção do efémero, A passagem, O equilíbrio da rotina, O refúgio da memória, A singularidade do tempo, A queda de Sonho e A contemplação da lua. Pretende-se que o percurso reflicta a viagem de uma vida, desde o nascimento até ao desejo de eternidade. Trata-se de uma viagem de sentidos, entre o sol e a lua; um caminhar em si próprio que visa a superação da pessoa que julgam ser.
A cache
A cache foi colocada junto a uma cascata da Ribeira da Pena Amarela, num percurso de canyoning, perto da aldeia de Cando. O acesso ao local é difícil mas possível. A maneira mais segura de realizarem o percurso completo é através de canyoning, sendo que se desaconselha a ida sem material às geocaches cuja dificuldade de terreno seja 5. Desta forma, desejamos apenas que desfrutem tanto do local como nós. Caso não consigam suster a vontade e decidam arriscar sem material de apoio, deverão ter muito cuidado!
Devem começar no “Trilho para o Abismo” e seguir até ao “Abismo”. Caso percam o trilho, sigam a azimute. Não tem muito que enganar. Podem chegar ao GZ de várias maneiras; de qualquer forma aconselhamos que vão sempre ao “Abismo”, sendo que lá, para além de perceberem como estão as vossas vertigens, podem avaliar qual será a melhor forma para descerem.
A inclinação do acesso (Descida) é bastante acentuada, pelo que devem ter sempre pelo menos uma das mãos agarrada à vegetação. Evitem ir sozinhos ao GZ, já que, devido à depressão, dificilmente terão rede de telemóvel. A segurança está acima de qualquer estatística!
Desfrutem do local e protejam a Natureza!
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